Expodireto entre a cautela e o otimismo
Para dirigentes de entidades, estiagem, juros e cotação da soja influenciarão negócios na feira
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“Se o governo liberar financiamento que compense, como ocorria há quatro anos, há possibilidade de crescimento das vendas porque o preço da soja está reagindo”, observa o presidente da Aprosoja, Luiz Fernando Fucks. O dirigente lembra que a metade Norte do Estado está em uma situação confortável, pois a safra vai ser de boa a excelente, e é justamente nela ocorre a Expodireto. Isso, entende Fucks, pode criar um ambiente melhor para negócios.
Referindo-se a outro segmento, o do leite, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, diz que “a situação é muito delicada”. Embora admita que houve uma pequena reação nas últimas semanas, Silva reconhece que os produtores “não estão muito otimistas”. A sugestão do dirigente é que o governo faça aquisições para enxugar estoques. “Se ele não entrar para comprar, como faz com o arroz, esse mercado não vai reagir”, adverte. Assim como os produtores de leite, os de trigo também esperam que os debates que ocorrerão na feira tragam uma nova perspectiva para quem cultiva o cereal superar suas dificuldades. “Temos que, obrigatoriamente, diversificar a produção de trigo porque o modelo atual acabou”, afirma o presidente da Fepagro, Paulo Pires. “Precisamos produzir um pouco para a exportação ou até para a alimentação animal”, sugere.
Já o secretário de Agricultura do Estado, Ernani Polo, destaca a importância da feira para a disseminação de conhecimento para o produtor, por aproximá-lo das novas tecnologias. “Isso não se tem como mensurar, mas é uma ação fantástica”, ressalta. Já o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, vê o produtor “acautelado” devido aos problemas que o setor enfrenta. Entre eles, as taxas de juros, superiores à Selic.
A expectativa é que o tema seja amplamente discutido no evento. “A crise ainda não terminou. Temos uma promessa de que o Brasil vai começar a se desenvolver. Continuamos com muitos milhões de desempregados e isso afeta a nossa economia barbaramente. Estamos ligados em cima da soja porque é mercado internacional. Já o mercado do arroz, que é interno, está muito complicado e tem um peso importante na economia do Estado, principalmente, pela metade Sul”, analisou.