Fórum debate uso de ferrovias no transporte de milho

Fórum debate uso de ferrovias no transporte de milho

Distribuição de grãos entre os três estados do Sul seria feita por trens

Correio do Povo

Uso da malha ferroviária no transporte pode desonerar o preço do milho

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Com base em uma iniciativa de Santa Catarina, que estuda utilizar o transporte ferroviário como alternativa para “importar” milho de outros estados, o Rio Grande do Sul está se mobilizando para que a negociação seja conduzida de forma conjunta. A intenção é diminuir os custos do grão, que geralmente vem de Goiás e Mato Grosso. Para somar os esforços, o Paraná também deve participar da articulação. O milho é tema de um fórum, nesta segunda, na Expodireto.

No dia 4 de abril, em Santa Catarina, representantes de agroindústrias dos três estados do Sul, além de entidades estaduais e nacionais ligadas ao setor, participam de reunião com executivos da Rumo ALL, de operações ferroviárias. Na pauta estão questionamentos sobre os projetos e investimentos para os próximos anos e a possibilidade de integração da malha ferroviária na rota do produto.

Segundo o deputado Jerônimo Goergen, que participa da articulação juntamente com o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), a expectativa é reunir mais de 50 entidades ligadas ao setor, incluindo ABPA, Abramilho, Aprosoja, CNA e Contag. “Precisamos de uma revitalização das ferrovias já existentes”, disse o diretor executivo do Sips, Rogério Kerber. “Hoje, no modelo que temos, a logística encarece o preço do milho”, afirma Goergen, referindo-se ao transporte do grão feito por rodovias.

Pela proposta do governo de Santa Catarina, o milho seria descarregado em Lages, e dali seria transportado via caminhões para as agroindústrias ou produtores. Em média, percorreria 600 quilômetros pelas rodovias e até 2,3 mil quilômetros em vagões de trens. Para atender ao déficit de milho no Estado, na casa dos 3 milhões de toneladas, seriam necessários 116 vagões por dia ou 39 mil vagões de trem por ano. O presidente da Rumo ALL afirma que, para o projeto funcionar, será necessária uma análise técnica das condições da malha ferroviária, em especial do trecho entre Bauru (SP) e Lages (SC).  

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