Gestão de matéria orgânica pode gerar incremento de até 20% na produtividade rural

Com um sistema de plantio direto, rotação de culturas e solo coberto durante todo o ano o agricultor pode obter um incremento de produtividade de até 20% ao ano, como afirma o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Cimélio Bayer. O professor foi palestrante no 7º Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água, que ocorreu nesta terça-feira (7), durante a 23ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. “Esse aumento de produtividade significa um ganho de entre mil e 2 mil reais para uma prática que tem um custo de 200, 250 reais”, completou Bayer. Segundo ele, é importante acumular matéria orgânica no solo para que se tenha um bom desempenho na lavoura. 

O evento também abordou pautas a respeito de créditos de carbono, como o mercado futuro para esse tipo de crédito e a relevância do plantio direto para esse mercado. “A gente sabe que isso ainda é um pouco incipiente, mas já abriu os olhos do produtor para que ele consiga entender que as boas práticas agrícolas vão levar a ele aumento de produtividade e talvez no futuro a ele ter uma oportunidade de ser remunerado por isso”, disse o coordenador da Rede Técnica Cooperativa (RTC), Geomar Corassa, mediador no evento. 

Corassa destaca a importância dos assuntos tratados no contexto da estiagem no Estado. “Dados de pesquisas mostram que 50% da produtividade é baseada em manejo e 50% é baseada em clima, então nós sofremos muito com esses efeitos do clima, mas nós podemos minimizar isso através das boas práticas agrícolas e do manejo, e aí entra o sistema de plantio direto de alta qualidade, um solo com perfil construído e as boas práticas tradicionais, como a questão da calagem e da rotação de culturas. Construir solo é um pressuposto básico para a gente conseguir minimizar esses efeitos nossos”, concluiu.