Aquisições de máquinas agregam tecnologia

Aquisições de máquinas agregam tecnologia

Produtores apostam em equipamentos para melhorar eficiência da lavoura e vencer o custo alto

Halder Ramos

Florencio e Steckert apostaram em nova colheitadeira para a plantação de arroz

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Driblar a queda nos preços com investimentos em tecnologia foi a aposta dos produtores rurais que fecharam negócios na Expointer. O aumento dos combustíveis e energia gerou maior custo de produção no campo. O câmbio desfavorável trouxe como consequências a redução nas exportações de arroz e queda no preço da soja. Diante do cenário desafiador, muitos agricultores procuram melhorar o desempenho de suas lavouras.

O produtor Paulo Ricardo Florencio e o engenheiro agrônomo Vânio Steckert, da Fazenda Agroavião, de Capivari de Baixo (SC), estiveram na Expointer e compraram uma colheitadeira para agregar tecnologia à lavoura de arroz. “A opção foi por um lançamento da Massey Ferguson, a MF 4690, com conceito híbrido de processamento. Conforme Steckert, a safra terá índices de produção normais, mas o preço da saca do arroz está em queda e preocupa. Com dois mil hectares plantados, a Fazenda Agroavião deve manter a colheita de 11 toneladas por hectare.

O engenheiro complementa que o real em baixa reduziu as exportações de arroz. “O consumo ficou restrito ao mercado interno. Com mais oferta, cai o valor do produto”, explica, sustentando que investir em tecnologia é a melhor forma para fugir das dificuldades. “Tecnologia de precisão aumenta a produtividade e gera menor custo”, afirma.

O produtor Sérgio Michelotti, da Fazenda São Vicente, de São Gabriel, também investiu em uma colheitadeira e escolheu a S550, da John Deere, equipada com sensores, controle e piloto automáticos. “Foi um negócio de ocasião. Comprei porque as condições da feira foram boas”, comentou. Michelotti cultiva mil hectares de arroz e 800 hectares de soja e espera manter a produtividade da safra passada. O produtor destaca que o investimento em maquinário busca reduzir os custos da lavoura. “Subiram os combustíveis e a energia. Tem que diminuir o número de máquinas para otimizar a produção. Tiro duas máquinas velhas e coloco uma nova”, compara.

Armazenagem em crescimento

O volume de negócios encaminhados no setor de máquinas só será divulgado no domingo, mas o presidente do Simers, Claudio Bier, demonstrou otimismo, ontem, em razão, segundo ele, dos preços e do crescimento da tecnologia embarcada. “Até agora, o destaque vai para o setor de armazenagem”, apontou Bier.

Balanço divulgado ontem pela Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, da Abimaq, aponta a mesma tendência. A armazenagem registrou aumento de 15%. Houve queda de 8% na venda de máquinas para grãos e crescimento de 3% nas máquinas para a pecuária. Pedro Estevão Bastos, presidente da câmara, disse que os números refletem o déficit de armazenagem.

Produtor de soja e milho, Brasil Lançanova Gripa, de Santiago, adquiriu um pulverizador de R$ 700 mil, com juros de 7,8%. “Os juros estão altos para um equipamento que trabalha apenas cinco meses por ano, mas a compra foi necessária e as condições de pagamento são melhores na Expointer”, afirmou.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895