Aumenta a discussão dos agricultores do Estado no uso de energias renováveis nas propriedades

Aumenta a discussão dos agricultores do Estado no uso de energias renováveis nas propriedades

Produtores são pressionados para aumentar produtividade de forma sustentável

Jessica Hübler

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Pressionados pelas necessidades de aumentar a produtividade, com sustentabilidade, e limitados por fatores como falta de espaço para expandir suas lavouras, de alternativas para descarte de dejetos animais, e, muitas vezes, também de energia elétrica constante para acionar suas máquinas e iluminar suas casas e instalações, agricultores de diversas regiões do Rio Grande do Sul discutem cada dia mais o uso de energias renováveis em suas propriedades.

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Além das clássicas fontes eólica e fotovoltaica, a biomassa de origem animal vem ganhando espaço entre as opções por resolver mais de um problema ao mesmo tempo, como dar destinação aos dejetos, obter energia e também fertilizantes para as plantações.

A matéria orgânica de origem vegetal ou animal pode ser utilizada na geração de energia em pequenas propriedades e também pode dar fôlego para a produção em escala industrial. De acordo com Marcos Preussler, gerente de negócios da Fockink, empresa que exibiu seus sistemas de geração biogás na Expointer, a transformação da biomassa em biogás e deste em energia leva solução para um problema antigo dos produtores. “Para suinocultores ou para aqueles que têm um plantel de gado, por exemplo, há uma dificuldade de utilizar os dejetos dos animais”, observa.

Segundo Preussler, o reaproveitamento dos resíduos na geração de energia leva economia aos produtores e também melhora o ambiente, além de ser ecologicamente correto. O processo para transformar carga orgânica em energia envolve diversas etapas e exige instalações adequadas, mas, em resumo, o gás extraído das piscinas de decantação vai acionar o gerador.

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A secretária de Minas e Energia, Susana Kakuta, lembra que o Estado é importador de energia e aposta em mais fontes, como biomassa, eólica e a fotovoltaica, no Programa RS Energias Renováveis. “A capacidade de produzirmos no Estado, de forma descentralizada, gerando emprego e renda aqui, faz com que isto passe a ser uma prioridade para nós”, afirma. Para a secretária, assim que as tecnologias forem mais conhecidas e os primeiros exemplos começarem a surgir, a ideia será replicada rapidamente.

No Estado, de acordo com Susana, muitos agricultores dos mais diversos municípios não conseguem mais crescer por falta de espaço e alternativas para descarte dos dejetos dos animais. “Isso começa a ser um obstáculo e faz com que soluções desta natureza, que geram energia limpa e também equacionam um problema ambiental muito sério, sejam importante para proporcionar o crescimento”, destaca.

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