Criadores lutam para manter tradição
Produtores persistem na criação de raças que perderam força na comercialização
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Paixão e inconformidade com o que chama de “modismos da carne” definem a insistência de Flávio Tusinho em manter sua criação de bovinos da raça Pardo Suíço. Tusinho cria o Pardo há 25 anos e seu desafio foi sempre melhorar o rebanho, hoje com 40 animais. Na Nova Esperança Agropecuária, propriedade que mantém em Glorinha, ainda produz suínos e feno. “O Pardo Suíço é uma raça de dupla aptidão. Sua carne é muito parecida com a carne Angus e o leite é superior ao da raça Holandês”, sustenta.
Tusinho diz que, por ter dupla aptidão, com grande produção de carne por carcaça (cerca de 58%) e leite, este tipo de gado é ideal para as pequenas propriedades. “O que acontece é que o mercado da carne é determinado pela moda. Uma hora Charolês, outra hora Angus, agora Braford. O produtor acaba desistindo de raças mais antigas para conseguir uma comercialização melhor”, avalia o proprietário do Grande Campeão da raça Pardo Suíço na Expointer 2017, Bugre 229, de 1.145 quilos.
O pecuarista preserva no Parque de Exposições Assis Brasil a casa da Associação Gaúcha de Criadores de Pardo Suíço. Até o ano passado, operava ao lado do prédio um restaurante oferecendo carne da raça, mas cansou. “Só não vou jogar fora um trabalho de 25 anos. Tenho esperança que a divulgação pode fazer a raça voltar a crescer”, arrisca. Dados da associação indicam que em todo o país o rebanho não chega a mil cabeças.