Expointer 2024: Cotribá promove debate sobre recuperação do solo após as enchentes
“Ainda não caiu a ficha do produtor”, afirma vice-presidente da cooperativa sobre perdas nas lavouras
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A cooperativa agropecuária Cotribá e a empresa de fertilizantes agrícolas Dimicron promoveram, durante a Expointer, em Esteio, um debate sobre os caminhos para o solo gaúcho após os impactos causados pelas enchentes deste ano. Segundo estudo recente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o solo pode levar cerca de 8 mil anos para se recuperar.
O encontro foi na Casa Cotribá, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, e contou com a participação de Gustavo Brunetto, mestre, doutor e PHd em Fertilidade de Solo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Geomar Mateus Corassa, engenheiro agrônomo pela UFSM, mestre em Agronomia e doutor em Engenharia Agrícola; Murilo Teixeira Gonçalves, engenheiro agrônomo e produtor de São Gabriel; e Maurício de Bortoli, engenheiro agrônomo e produtor de Cruz Alta.
“Hoje temos um número que evidencia as perdas em termos de nutrientes do solo, em torno de R$ 400 reais por hectare, isso foi através de perdas físicas, lixiviações, erosões e escorrimentos. Com isso, se não tivermos um trabalho de condição do solo, já estimo que na próxima safra poderemos ter uma perda de, no mínimo, 10% de produtividade”, afirmou o engenheiro agrônomo e gerente comercial de insumos Cotribá, Jonas Antonello.
Ainda de acordo com Antonello, o processo de recuperação será lento, uma vez que é necessário avaliar o nível de danos caso a caso, em cada região. A primeira etapa, que já vem sendo realizada, com apoio do corpo técnico das cooperativas, são as análises de solo para diagnosticar perdas e ações necessárias.
Dentre as soluções de curto prazo, Antonello cita o uso de bactérias e plantas de cobertura, que já são usadas no período entre safras, para agregar matéria orgânica e contribuir na estruturação física do solo. “A adubação e o acompanhamento da qualidade do solo devem ser contínuas nos próximos anos”, explicou.
O vice-presidente da Cotribá, Enio Cezar Moura do Nascimento, afirmou que o objetivo do debate realizado na Expointer é propagar as informações técnicas e conscientizar os agricultores para que busquem o auxílio da cooperativa. “O produtor precisa entender que o insumo mais barato é a informação”, completou.