Influenza Equina deixa criadores em alerta
Prorrogação da obrigatoriedade da vacina é contestada pelo Sindicato dos Médicos Veterinários do RS
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De acordo com o diretor do Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), João Pereira Junior, uma decisão conjunta do corpo técnico da pasta e de entidades do setor equestre do Estado definiu que os atestados não eram válidos. "Ficou definido que somente com a imunização é possível assegurar a sanidade do rebanho equino", assinalou. Pereira Junior ressaltou que o Simvet/RS vem emitindo vários alertas quanto aos riscos decorrentes do retardamento da obtrigatoriedade em solo gaúcho. "Estamos diante de um risco, considerando que, na América do Sul, ocorreram focos de Influenza Equina recentemente na Argentina, Chile e Uruguai, e também em algumas regiões do Brasil", enfatizou.
A doença - enfermidade viral de alta transmissão e forte impacto econômico - é transmitida por contato direto. "A taxa de mortalidade é pequena, mas pode trazer outras complicações mais sérias, como pneumonia e degeneração no coração e fígado", frisou. O Simvet/RS igualmente está empenhado na habilitação de profissionais para trabalhar especificamente com equinos. "A intenção é especializá-los para que realizem coletas para exames de mormo e anemia infecciosa e trabalhem de forma padronizada", explicou. O objetivo, segundo ele, é assegurar a maior segurança possível para os animais, considerando que o cavalo é muito sensível.
A médica veterinária Carla Menger Lehugeur, que integra o Grupo Técnico de Bem-Estar Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, revelou que, de acordo com o Censo Agropecuário de 2017, realizado pelo IBGE, a população equina do Rio Grande do Sul foi quantificada em 347.424. O número, porém, pode não retratar o real plantel. O superintendente do Setor de Registro Genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Frederico Vieira de Araujo, afirma que os registros apontam para a existência de 407 mil cavalos crioulos no Estado. Por outro lado, advertiu que o volume contemple apenas os nascimentos, sem contabilizar a baixa por óbitos. A única certeza é que o segmento movimento milhões de reais e gera diversos empregos diretos e indiretos.