Governo cria grupo de trabalho para revisar Plano Nacional de Fertilizantes

Governo cria grupo de trabalho para revisar Plano Nacional de Fertilizantes

PNF construído na gestão anterior deve ser reformulado até o final do ano para reduzir dependência externa dos produtos

Correio do Povo

Conselho Nacional de Fertilizantes estima que 85% dos produtos usados nas lavouras brasileiras são importados

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O Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), formado por diversos ministérios, vai criar um grupo de trabalho com prazo de 90 dias para entregar a revisão do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). A intenção é rever as prioridades e projetos sob a ótica do governo Luiz Inácio Lula da Silva, já que o conteúdo foi construído pela gestão anterior. A criação do GT foi discutida durante a primeira reunião do Confert, agora presidido pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin. A expectativa é de que a revisão seja concluída até o fim do ano.

A principal tarefa do conselho será revisar, debater e implementar o Plano Nacional de Fertilizantes, cujo objetivo é reduzir a dependência externa nessa área. Atualmente, 85% dos fertilizantes usados nas lavouras brasileiras são importados. A meta-síntese do PNF é que a dependência seja reduzida para entre 50% e 55% até 2050. "A redução, ao menos parcial, dessa dependência externa é um dos objetivos da Política Nacional de Fertilizantes, que passa a ser atualizada a partir de agora", disse o secretário-executivo do Mdic, Márcio Elias Rosa.

O secretário afirmou que as prioridades e necessidades do país não mudaram, mas ressaltou a mudança no governo. "Até por conta da construção do plano, tem que ser agora revisto, ouvindo todos, considerando todos os aspectos, objeções, críticas, contribuições acadêmicas e  o setor produtivo", afirmou.

Na reunião, realizada na quarta-feira, o Confert também decidiu criar seis câmaras técnicas: Produção de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfáticos e Potássicos; Uso e Aplicação de Fertilizantes Nitrogenados, Fosfáticos e Potássicos; Assuntos Agrícolas; Cadeias Emergentes; Ciência, Tecnologia e Inovação e Sustentabilidade Ambiental; e Assuntos Regulatórios, Econômicos, de Infraestrutura e Logística. Também foram propostas a criação de GT a serem conduzidos pela Embrapa, com a participação da Petrobras, por exemplo. Foram também aprovadas manifestações relacionadas a pautas tributárias.

A reestruturação do Confert, por meio de decreto, foi o primeiro passo dado pelo governo para a retomada do PNF. Também farão parte do Conselho os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Fazenda; Meio Ambiente e Mudança do Clima; Minas e Energia; além de Embrapa.

Formado por governo, iniciativa privada e sociedade civil, o Confert será responsável pela gestão do PNF e poderá fazer resoluções e recomendações ao governo para o cumprimento das metas do plano, assim como buscar sua implementação e monitorar os indicadores de evolução do projeto.


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