Governo do RS pede mudança no calendário de semeadura da soja

Governo do RS pede mudança no calendário de semeadura da soja

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) também enviou documento ao órgão pedindo pela mesma mudança


Itamar Pelizzaro

A Seapi já havia solicitado ao Mapa, em abril, que fosse considerado o calendário de semeadura até 18 de fevereiro.

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A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (Seapi) pediu que o governo federal reveja o calendário da semeadura da soja no Rio Grande do Sul. O período de plantio para a safra 2023/2024 foi delimitado entre 1º de outubro e 8 de janeiro de 2024, conforme portaria da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Em relação ao ciclo passado, a janela de semeadura foi reduzida em 40 dias, o que inviabilizaria a safrinha. 

Conforme o Mapa, o calendário de semeadura foi adotado em 21 Estados como medida fitossanitária complementar ao período de vazio sanitário, para tentar reduzir a incidência de ferrugem asiática. A alteração levou em conta a análise de dados do Consórcio Antiferrugem, que detectou aumento nos relatos da ferrugem asiática da soja na safra 2022/23. Como parte das estratégias de manejo, foi adotado um período de 100 dias para a semeadura, conforme recomendação da Embrapa, para evitar epidemias severas na safra. No Rio Grande do Sul, o período de vazio sanitário vai de 3 de julho a 30 de setembro. 

A Seapi já havia solicitado ao Mapa, em abril, que fosse considerado o calendário de semeadura até 18 de fevereiro, pedido reiterado na quarta-feira pelo secretário Giovani Feltes em  reunião com o superintendente do Mapa no RS, José Cleber Dias de Souza. Conforme Souza, a reivindicação deve ser avaliada na Superintendência Federal da Agricultura do Estado e junto ao Departamento de Sanidade Vegetal, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa. 

Para o assistente de culturas da Emater, Alencar Rugeri, se a portaria que estabeleceu o calendário da semeadura não for alterada, como pede o setor agrícola, o produtor rural precisará se ajustar e fazer um novo planejamento e arranjo de produção para a segunda safra. “Toda mudança causa desconforto, mas temos que aprender a conviver com isso e encontrar um denominador comum. Na melhor das hipóteses, o produtor vai ter que mudar a estratégia e o formato da segunda safra, talvez seja uma oportunidade para milho e sorgo”, afirmou Rugeri.

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) enviou um documento ao Mapa também pedindo pela mudança da data de plantio da soja. De acordo com nota enviada à imprensa, o texto foi encaminhado nesta quarta-feira (13/7), sugerindo que o período ideal para semeadura no Rio Grande do Sul se inicie em 01 de outubro de 2023 e termine em 18 de fevereiro de 2024. De acordo com a federação, dessa forma seriam mantidos os 140 dias estabelecidos no calendário de plantio de soja da safra 2022/2023. 

O vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, que assina o documento, afirma que o calendário proposto “não tem o embasamento técnico necessário e foi feito sem consulta aos setores que representam os produtores rurais”. A nota ainda advoga que tal calendário impossibilita a colheita da chamada safrinha.


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