Indústrias brasileiras projetam aumento nas exportações de carnes de frango e suína e ovos

Indústrias brasileiras projetam aumento nas exportações de carnes de frango e suína e ovos

Estimativa é de que os embarques aumentem até 8% na carne de frango, 12% em carne suína e 7,5% em ovos

Correio do Povo

Na carne de frango, país registrou crescimento de 8,2% no volume exportado no primeiro semestre

publicidade

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nesta quarta-feira projeções para produção, exportação e consumo per capita de carnes de frango e suína e ovos, estimando crescimento e listando fatores para expansão dos mercados internacionais. A projeção é de que as exportações cresçam 8% para carne de frango, 12% em carne suína e até 7,5% em ovos. No primeiro semestre, o Rio Grande do Sul se destacou na exportação de carne suína, aumentando em 20% os embarques de janeiro a junho deste ano na comparação com o ano passado, saltando de 136 mil para 163,2 mil toneladas. A entidade estima que o consumo per capita vai aumentar na carne de frango, com 800 gramas a mais por habitante, e nos ovos, com uma unidade a mais por habitante, mantendo-se estável na carne suína (18 kg por habitante)

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, analisou como positivo o cenário da macroeconomia nacional, com estabilidade para manter a competitividade no mercado externo e ações governamentais que devem impulsionar o consumo interno. “A retomada da economia vai sustentar o aumento da demanda”, disse Santin. Para Santin, o primeiro semestre teve muitos desafios, com impacto de custos na produção, queda de consumo no mercado interno por endividamento das famílias e inflação e a chegada da influenza aviária ao território nacional, o que causou redução preventiva na produção. “Mas enxergo o setor com bastante consistência e uma recuperação no segundo semestre e em 2024”, disse.

Frangos

Na carne de frango, o país registrou crescimento de 8,2% no volume exportado e de 7,2% na receita de janeiro a junho, na comparação com o período anterior. O Rio Grande do Sul foi em direção contrária, embarcando em torno de 5,2 mil toneladas a menos (queda de 1,19% em relação ao primeiro semestre de 2022). Segundo a ABPA, desde 2023 o Brasil se consolidou na exportação de carne de frango, com vendas para a China crescendo 184%, com destaque ainda para embarques feitos para as Filipinas (1.152%) e o México (43.855%). A produção de carne de frango deve crescer 3% em 2023, chegando a volume entre 14,80 e 14,95 milhões de toneladas. O consumo per capita deve crescer dos 45,2 kg por habitante registrados em 2022 para 46 kg por habitante.

Um dos pontos de preocupação, a influenza aviária ainda não atingiu granjas comerciais brasileiras. Desde novembro de 2022, mais de 60 países registraram focos. A ABPA discorda da decisão do Japão de fechar comércio com Estados brasileiros por casos em aves de subsistência, decisão recentemente revertida pelo Ministério da Agricultura. O Brasil trabalha para que os certificados sanitários sejam alterados para que haja regionalização da segregação em caso de ocorrência da doença. Em 2022, o Brasil exportou 4,822 milhões de toneladas de carne de frango. “A gente deve quebrar a barreira de 5 milhões de toneladas no segundo semestre”, disse Santin. 

Suínos

Nas vendas de carne suína, Santin saudou a informação de que a Coréia do Sul deve enviar, em novembro, representantes ao Brasil, incluindo o RS na visita, para avaliar as condições da certificação de livre de aftosa sem vacinação. Ele citou ainda o reconhecimento do Chile neste aspecto sanitário e informou que o Brasil está em fase de habilitação de empresas, o que deve ser concluído em prazo de cerca de 30 dias. Por outro lado, comemorou que já há liberação da República Dominicana  e citou que o Rio Grande do Sul já tem a planta da Alibem liberada para exportar. Santin destacou que a solidez do setor veio com a abertura de mercados como Canadá, México, Peru e República Dominicana e vê um panorama positivo com vendas a esses novos mercados e maior demanda da China, que teve o rebanho reduzido em razão de casos de peste suína africana este ano. O Brasil deve vender mais para a China e recuperar mercado, considerando que a União Europeia registrou queda de 20% no primeiro semestre. A ABPA projeta que a venda de carne suína cresça até 12% este ano. A produção deve crescer 1,5%, passando de 4,983 milhões de toneladas no ano passado para entre 4,950 e 5,050 milhões de toneladas.

Ovos

Na exportação de ovos, a ABPA estima que as vendas ao mercado externo cheguem a 32,5 mil toneladas, equivalente a 1% da produção nacional e 7,5% a mais do que o exportado em 2022, quando foram negociadas 9.474 toneladas. O Rio Grande do Sul é o segundo maior vendedor. No primeiro semestre, os embarques cresceram 169%. A ABPA estima que o consumo per capita de ovos aumente apenas um ovo por habitante no Brasil este ano, passando de 241 para 242 unidades por habitante. A produção deve ter incremento de 1%, indo de 52,068 bilhões de unidades para até 52,550.  

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895