Pavilhão da Fenasul Expoleite destaca agroindústrias

Pavilhão da Fenasul Expoleite destaca agroindústrias

Expositores oferecem uma variedade de alimentos elaborados por produtores familiares, entre os quais itens premiados em concursos pelo Estado

Patrícia Feiten

Roberto de Oliveira (à esquerda), da Laticínios Estrelat, apresenta na feira doce de leite elaborado com leite tipo A vencedor da medalha de ouro em concurso da AGL em 2022

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Uma das atrações da 17ª Fenasul e da 44ª Expoleite, que ocorrem até domingo, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, o Pavilhão da Agricultura Familiar reúne neste ano 32 agroindústrias de alimentos. De doces, bebidas, pães e biscoitos a queijos e embutidos, o espaço destaca empreendimentos familiares estabelecidos em diferentes regiões do Rio Grande do Sul.

Estreante no evento, o produtor Roberto de Oliveira, da Laticínios Estrelat, de Estrela, exibe em seu estande na feira não apenas o doce de leite da marca, mas também os prêmios conquistados pela guloseima, como a medalha de ouro no 6° Concurso Estadual de Queijos e Doces Artesanais da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL) no ano passado. Oliveira trouxe para a feira 500 potes do item, oferecido em embalagens de 170 e 420 gramas e vendido também em uma maleta-presente contendo um pão-de-mel e uma colherinha. “A gente está vendo que provavelmente vai faltar produto”, disse o empreendedor, satisfeito com o fluxo de compradores.

Com mais de 50 anos de atividade, a propriedade rural de Oliveira é a única do Estado a elaborar doce à base de leite tipo A – a certificação na categoria foi obtida em 2019. Segundo Oliveira, a fazenda mantém atualmente 87 vacas em ordenha e produz 2,5 mil litros de leite por dia parte. Do total, 1,5 mil são utilizados na fabricação do doce. “A gente foca muito as feiras e tem, em todo o Estado, 38 pontos de venda, como casas especializadas em produtos premium”, explica o produtor, que também faz vendas diretas na própria agroindústria.

Natal Comin, da Laticínios Pipo, trouxe 300 quilos de queijos coloniais, nas versões tradicional, temperado, maturado ao vinho e maturado por 60 e 90 dias. Foto: Mauro Schaefer/CP.

Também em sua primeira participação da Fenasul, Natal Comin, da Laticínios Pipo, de Nova Roma do Sul, apresenta no evento sua linha de queijos, que inclui o tradicional colonial, os temperados com orégano, salame, tomate seco e pimenta e uma variedade maturada ao vinho. No total, o produtor trouxe para a feita um estoque de 300 quilos de peças. O destaque fica por conta dos itens maturados por 30 e 90 dias, que em janeiro deste ano conquistaram o selo Queijo Artesanal. A certificação possibilita a comercialização do item em todo o país. “Os maturados são o nosso foco agora”, comentou Comin.

Há três anos, ele administra a agroindústria criada por seus pais há duas décadas. Do leite processado na unidade, 90% vem do tambo próprio, que gera em torno de mil litros por dia. “Estamos expandindo e criando novos produtos”, disse Comin.

Oficina leiteira

Para quem busca conhecimento técnico, a programação da 17ª Fenasul e da 44ª Expoleite destaca as Oficinas de Gado Leiteiro do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS). Desde o início da feira, a instituição vem realizando três oficinas diárias, voltadas a estudantes de escolas agrícolas e de cursos de ciências agrárias, além do público em geral.

Segundo o veterinário e instrutor do Senar Claudio Ribas Rocha, a partir de demonstrações usando exemplares bovinos cedidos por expositores da feira, as oficinas são focadas na avaliação física dos animais, que inclui aspectos como estatura, força, profundidade corporal e composto de úbere. “Mostramos a importância desses quesitos na avaliação de um animal, visando à maior capacidade produtiva e aliando a isso a questão de longevidade. Ou seja, condições que vão fazer com que esse animal permaneça mais tempo na propriedade, gerando mais terneiras, e se torne rentável”, destacou Rocha.

Exposição de coelhos

Embora as principais estrelas da 17ª Fenasul e da 44ª Expoleite sejam as vacas leiteiras, o evento também reserva espaço para pequenos animais. Dentro do Pavilhão do Gado Leiteiro, os visitantes podem conferir a exposição promovida pela Federação das Associações Rio-grandenses de Criadores de Coelhos (Farco). O espaço apresenta 159 exemplares de todos os portes – dos minicoelhos e anões aos chamados coelhos gigantes, com peso médio de 8 quilos.

Segundo o criador Vitor Costa, da Cabanha São Nunca, de Araricá, vem crescendo o interesse pelo coelho como animal de estimação. “Seis, sete anos atrás, eu não acreditava na linha pet e, hoje, tem um mercado bem grande”, afirma o criador, que atende lojas, mas vende a maior parte da produção diretamente a clientes na cabanha. As raças mais comercializadas atualmente, explica Costa, são o Mini Lop Uruguaio, o Netherman (coelho anão) e o Rex Miniatura, e os preços dos animais variam de R$ 300 a R$ 600.


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