Previsão de ocorrência de chuvas intensas deve causar mais atrasos nas semeaduras de verão

Previsão de ocorrência de chuvas intensas deve causar mais atrasos nas semeaduras de verão

Acumulado pode chegar a 200mm nas regiões Planalto, Serra do Nordeste, Campos de Cima da Serra e Litoral Norte

Correio do Povo

A previsão até a próxima quarta-feira

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A previsão de altos volumes de chuva para a próxima semana adiciona preocupação e deve retardar ainda mais a implantação de culturas de verão. De segunda a quarta-feiras da próxima semana, os prognósticos indicam volumes elevados na maior parte do Estado, oscilando entre 90mm e 130 mm na maioria das áreas da Metade Norte, podendo alcançar 200mm acumulados em localidades das regiões Planalto, Serra do Nordeste, Campos de Cima da Serra e Litoral Norte. Na regiões Fronteira Oeste, Campanha e Zona Sul, os totais previstos deverão oscilar entre 50 e 70 mm. A previsão é do Boletim Integrado Agrometeorológico, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

Neste sábado, o ingresso de uma massa de ar seco deve afastar a instabilidade, mas pancadas são esperadas nas regiões Norte e Nordeste. No domingo, a presença de ar seco deve garantir tempo firme e temperaturas amenas. Já na segunda e na terça-feiras, o ingresso de ar úmido e quente favorecerá o aumento da nebulosidade e a elevação das temperaturas. Na quarta-feira, a aproximação de uma nova área de baixa pressão deverá provocar pancadas de chuva e trovoadas, com chance de novas tempestades na maioria das regiões.

Como fica a situação de culturas e criações 

SOJA - A área semeada chega a 22%. Há atraso no plantio e preocupação com a ocorrência de mais chuvas. Conforme o boletim, em razão da redução da umidade do solo para padrões mais adequados, a semeadura foi feita de forma mais efetiva, melhorando a uniformidade na deposição das sementes e o contato com o solo. Produtores optaram por semear em profundidade menor para evitar o soterramento de sementes, caso o prognóstico de chuvas se confirme. A emergência das plantas tem ocorrido de forma rápida e uniforme devido à alta umidade e às temperaturas elevadas.

MILHO - A área plantada atingiu 81%. Desde o início do mês, o avanço no plantio é modesto. Uma parcela dos agricultores só pretende retomar o plantio em safrinha, avançando a semeadura durante o mês de janeiro. Em função das condições edáficas propícias, associadas ao incremento nos índices de radiação solar e às temperaturas elevadas, houve estímulo ao crescimento e desenvolvimento acelerado das plantas. As lavouras demonstram adequado índice de massa foliar, caracterizado por folhas bem estendidas e boa sanidade. Contudo, em regiões com maior densidade populacional e umidade, os produtores implementam tratamentos fungicidas preventivos, visando evitar a propagação de doenças foliares.

FEIJÃO - A semeadura da primeira safra teve avanço limitado, pois já foi finalizada nas regiões que adotam dois cultivos em sucessão, e ainda é incipiente na Região Nordeste, que realiza apenas um cultivo anual, concentrando a operação no mês de dezembro. As lavouras apresentam desenvolvimento adequado. 

ARROZ - A semeadura alcançou 82% no Estado e está próxima da conclusão na Região Sul. Houve inundações em algumas áreas recentemente semeadas, que exigirão ressemeadura. Os preços continuam em elevação, incentivando os produtores com estoques a comercializar a tomarem decisões sobre a extensão da área a ser semeada.

TRIGO - A colheita atinge 89% da área cultivada, de 1,51 milhão de hectares. A produtividade deve ter redução de 28,38%. O produto colhido permanece com qualidade inferior e peso hectolitro (PH) abaixo dos padrões comerciais estabelecidos. 

AVEIA BRANCA - A colheita está em finalização, com produtividade caindo 14,88%, por causa dos fenômenos climáticos adversos.

CEVADA - A colheita foi tecnicamente encerrada. A produtividade teve redução de 15,17%, e qualidade do produto não obteve padrões mínimos para o uso na indústria cervejeira. 

CANOLA - A colheita está chegando ao fim, com produtividade caindo 2,34%. Na região de Santa Rosa, a colheita já foi encerrada e atinge 80% na de Bagé, onde as lavouras remanescentes estão em final de maturação. 

PASTAGENS - As condições meteorológicas favoreceram o desenvolvimento das pastagens cultivadas de verão e do campo nativo. No entanto, essas áreas foram prejudicadas por um período anterior de excesso de umidade no solo, resultando em crescimento comprometido e perdas significativas devido ao pisoteio dos animais. 


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895