Produção de tabaco na Região Sul tem crescimento de 8,1% na produção e de 15,1% em receita bruta

Produção de tabaco na Região Sul tem crescimento de 8,1% na produção e de 15,1% em receita bruta

Afubra divulgou dados que mostram Rio Grande do Sul como maior produtor, com 42,4% de participação

Correio do Povo

Projeção para safra 2023/2024 indica leve aumento de área

publicidade

A produção sul-brasileira de tabaco chegou a 605,7 mil toneladas na safra 2022/2023, conforme a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Na região Sul do país, houve aumento de 6,1% na área cultivada e de 8,1% na produção, tendo o Rio Grande do Sul como maior produtor, com 42,4% do total. O preço médio praticado cresceu 6,5%, e a receita bruta teve incremento de 15,1%. Os dados foram finalizados nesta semana pela Afubra, em pesquisas junto aos produtores. Entre as variedades, a Virgínia chegou a 551,6 mil toneladas, seguida por Burley (46,5 mil toneladas) e Galpão Comum (7,6 mil toneladas).

Em novembro passado, a Afubra estimou que a safra sul-brasileira poderia atingir 604,7 mil toneladas. “O cálculo foi realizado usando o número de pés inscritos no Sistema Mutualista, por tipo de tabaco, somando-se o número de pés dos produtores que não estão inscritos no Sistema, mais um percentual de produtores que plantaram a mais ou a menos que o inscrito. Estes três fatores nos dão certeza sobre a área plantada”, disse o presidente da Afubra, Marcilio Laurindo Drescher. 

Segundo o dirigente, o volume de produção e produtividade dependem do clima e tratos culturais. “E isso ficou bem demonstrado nesta safra, onde houve períodos que se acreditava numa quebra de safra. Se ocorreu, foi bem pontualmente, em regiões específicas, pois na grande maioria das regiões produtoras ocorreu boa produtividade e a estimativa de produção se confirmou, inclusive com um pequeno acréscimo”, enfatizou.

Drescher faz uma análise comparativa entre as safras 2021/2022 e 2022/2023. Conforme o dirigente, a área plantada aumentou 6,1%, de 246,6 mil hectares na safra 2021/2022 para 261,7 mil hectares. A produção cresceu 8,1%, de 560,2 mil toneladas para 605,7 mil toneladas. Numa análise por Estado, o Rio Grande do Sul produziu 256,9 mil toneladas (participação de 42,4% no total). Em Santa Catarina, foram 192,2 mil toneladas (31,7%), enquanto o Paraná chegou a 156,5 mil toneladas (25,8%). A produtividade cresceu 0,7% no Rio Grande do, 1,5% em SC e 3,7% no Paraná.

"Menos é mais"

O preço médio praticado na safra 2022/2023 foi de R$ 18,12, variação de 6,5% em relação a 2021/2022, quando bateu em R$ 17,02. No preço médio praticado por estado, o Rio Grande do Sul chegou a R$ 18,03, atrás de Santa Catarina (R$ 18,45) e à frente do Paraná (R$ 17,88). “Novamente, nesta safra, tivemos uma melhora no preço praticado, a partir de maio, apesar do volume de tabaco disponível. Um dos fatores é que houve queda na produção na Índia, o que fez com que o mercado internacional se voltasse para o Brasil”, explica Drescher. O presidente da Afubra diz que isso não pode ser considerado motivo para aumentar o plantio. “Temos que levar em consideração que, se não houver quebra de safra em outros países produtores, nosso produto pode não ser valorizado.”

A receita bruta do tabaco recebida pelos produtores subiu 15,1% nesta safra, passando de R$ 9,5 bilhões no ciclo 2021/2022 para R$ 10,9 bilhões. “Neste total, em 2022/2023, o Rio Grande do Sul participou com R$ 4,6 bilhões, o que representa 42,2% do Sul do Brasil. Santa Catarina obteve receita bruta de R$ 3,5 bilhões, representando 32,3%. No Paraná, a receita bruta chegou a R$ 2,8 bilhões, representando 25,5%”.

A projeção de área sul-brasileira a ser plantada para a safra 2023/2024 deve ser finalizada em outubro e indica leve aumento. “Isso é temeroso, pois pode haver um aumento muito grande na produção brasileira, o que pode implicar menor lucratividade para o produtor. Menos é mais. É importante adequarmos a produção à demanda”, finalizou.

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895