Abraço solidário do Simers pede agilidade no retorno do Hospital de Pronto Socorro de Canoas
Ato foi realizado no final da manhã desta terça-feira, em frente à unidade de saúde, fechada há mais de 90 dias
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O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) promoveu, no final da manhã desta terça-feira, um abraço simbólico no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), na Região Metropolitana, buscando obter agilidade para a reconstrução da unidade de saúde, fechada há mais de 90 dias em razão das enchentes, que comprometeram duramente sua estrutura. Participaram da ação médicos e demais profissionais de saúde ligados ao sindicato e ao Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), assim como demais entidades, como a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outros.
Os participantes registraram que não houve a presença de representantes da Prefeitura. “O fechamento do HPSC precarizou o atendimento de urgência, emergência e traumas não apenas para Canoas, mas para mais de cem municípios, e mais de três milhões de pessoas para as quais o hospital é referência”, observou o presidente do Simers, Marcos Rovinski. Para o sindicato, o novo local provisório para estes atendimentos, o Hospital Nossa Senhora das Graças, não é adequado, embora as equipes do HPSC tenham sido deslocadas para lá.
Em alguns casos, no Nossa Senhora das Graças, um paciente pode levar até seis horas para ir do atendimento primário até o bloco cirúrgico. “Evidentemente, temos de reunir forças para que sejam alocados recursos a fim de reabrir este equipamento, o mais breve possível para o atendimento à população”, acrescentou Rovinski. O hospital de pronto-socorro também recebeu tapumes e placas informando que uma obra está em andamento.
Já a diretora do Metropolitano do Simers, Gabriela Schuster, opinou que tem havido inércia do poder público em relação à unidade de saúde. “Temos encaminhado ofícios, feito reuniões, atrás das informações sobre os recursos, mas a resposta da Prefeitura é a de que estão fazendo um plano, mas ainda nada de forma concreta. Entendemos que esta é uma situação bastante dramática”, disse ela, acrescentando que seriam necessários em torno de R$ 70 milhões para reabrir o hospital.
“Por aqui foram evacuadas muitas pessoas. Tivemos heróis que trabalharam aqui dentro. Precisamos que fique claro qual o plano de ação do governo municipal, do governo estadual e também do governo federal, através do Ministério Extraordinário da Reconstrução, sobre o que será feito. Os funcionários estão perdidos, não sabem direito quando poderão voltar a trabalhar aqui”, comentou Gabriela. Ainda conforme ela, hoje o único hospital com a capacidade similar é o HPS de Porto Alegre.
O que diz a Prefeitura de Canoas
Procurada, a Prefeitura de Canoas emitiu nota, afirmando que prevê que os atendimentos no HPSC sejam retomados, de forma parcial, no segundo piso, no final de setembro, e de maneira definitiva em dezembro. “O município solicitou ao governo federal mais de R$ 50 milhões para recuperação do Hospital. Cerca de R$ 19 milhões, destinados à compra de equipamentos, já chegaram ao Fundo Municipal de Saúde. Outros R$ 30 milhões são aguardados para realização das reformas”, disse a Administração, acrescentando que a estrutura também recebeu limpeza, pintura, recuperação da fachada, de parte das salas e dos equipamentos hospitalares.