Atrasos em pagamentos de médicos do Hospital Universitário podem restringir atendimentos
Sindicato Médico cobra pagamento de setembro e outubro e denuncia falta de insumos e medicamentos na unidade
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O atraso nos pagamentos dos médicos prestadores de serviço também afeta os profissionais que atuam no Hospital Universitário (HU) de Canoas. O alerta foi feito pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que aponta para a falta de recebimentos dos meses de setembro e outubro, assim como escassez de insumos e medicamentos.
Em ofício encaminhado à direção do HU e aos gestores da Saúde de Canoas, Ministério Público e a Justiça, o Sindicato comunicou a suspensão dos atendimentos ambulatoriais e de novas internações a partir do dia 7 de dezembro, caso o pagamento de setembro não seja realizado até o próximo dia 6. Os atendimentos de urgência, emergência e aos pacientes já internados não serão afetados.
O Simers reuniu os médicos em assembleia no início da semana quando ouviu as demandas dos colegas, que relataram as dificuldades encontradas. Conforme os profissionais, faltam kits para cateterismo e para procedimentos cirúrgicos, assim como gazes e curativos, ocasionando cancelamento de cirurgias. Outro problema citado está na regulação de pacientes, uma vez que o HU serve de referência para diversos procedimentos cirúrgicos, a exemplo do cateterismo cardíaco, em que a demora para a execução tem aumentado a fila de espera dos pacientes internados.
De acordo com o coordenador da Região Metropolitana do Simers, Daniel Wolff, o Sindicato vai notificar o Núcleo Interno de Regulação do HU quanto ao recebimento de novos pacientes, devido à falta de condições técnicas para o volume de atendimentos.
"Reforçamos às autoridades para necessidade de atenção urgente para o problema. Assim como nos demais hospitais de Canoas, a situação no HU vem se agravando. Mesmo com mudanças recentes na direção, persistem problemas como atrasos em cirurgias cardíacas e a falta de materiais básicos para procedimentos, aumentando o tempo de internação hospitalar e o risco de complicações. Apesar dessas dificuldades, o hospital continua recebendo pacientes, agravando os riscos", pontua o diretor do Simers.
Nas últimas semanas, o Simers vem denunciando os atrasos nos repasses dos médicos que atuam em Canoas, um dos municípios com um dos maiores Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul e que enfrenta uma crise na saúde pública.
A direção do Hospital Universitário informou, através da assessoria, que os contratos dos médicos (Pessoa Jurídica) vencem de 60 em 60 dias, portanto, não há atraso. Tem que ser pago até o final deste mês. Os CLTs estão todos em dia, e ainda tiveram o 13° salário adiantado, recebendo no dia 20 de novembro. Não há falta de insumos. O Hospital funciona normalmente.