Contaminação de água e alimentos aumentam os riscos da população contrair enterovírus

Contaminação de água e alimentos aumentam os riscos da população contrair enterovírus

Diarréia, cólicas abdominais, náuseas e vômitos são alguns dos primeiros sintomas da doença

Correio do Povo

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As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul acenderam um alerta sobre a saúde da população local. As inundações aumentam o contato com a água contaminada, expondo os moradores a diversas doenças, incluindo o enterovírus (EV). Os principais sintomas da infecção são diarréia, cólicas abdominais, desidratação, febre, náuseas e vômitos, podendo, em alguns casos, causar aftas bucais ou erupções cutâneas.

De acordo com a Dra. Marta Fragoso, infectologista do Hospital VITA, o enterovírus é uma preocupação de saúde pública devido aos seus sintomas debilitantes e alta transmissibilidade. O vírus pode propagar-se de diversas formas, principalmente quando uma pessoa engole água ou alimentos contaminados, toca em superfícies contaminadas ou inala gotículas contaminadas transmitidas pelo ar por alguém que está infectado.

Na fase inicial, a doença pode se assemelhar a um resfriado comum ou gripe, afetando crianças, adultos e idosos. No entanto, é crucial estar atento, pois, se não tratada, pode evoluir para uma pneumonia viral, apresentando sintomas ainda mais graves. Em casos raros, o enterovírus pode progredir além desse estágio e atacar um órgão específico. “O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas, ou realizado por testes moleculares precisos”, acrescenta a médica.

As doenças causadas por enterovírus incluem uma variedade de condições, sendo algumas quase exclusivamente atribuídas a esses vírus. Entre elas estão a infecção respiratória causada pelo Enterovírus D68, a pleurodinia epidêmica, a doença de pé-mão-e-boca, a herpangina, além da poliomielite e da síndrome pós-poliomielite. Outras doenças, como meningite asséptica, encefalite, miopericardite e conjuntivite hemorrágica, também podem ser causadas por enterovírus.

Como é feito o tratamento

A detecção precisa do enterovírus é um desafio, pois é difícil estabelecer um diagnóstico baseado apenas nos sintomas, já que outras famílias de vírus e diferentes sorotipos de enterovírus podem estar presentes. Contudo, o uso de diagnóstico molecular oferece benefícios significativos, incluindo resultados em poucas horas, alta sensibilidade no diagnóstico e uma metodologia que evita falsos positivos ou negativos.

“O tratamento do enterovírus é principalmente sintomático, focado em aliviar o desconforto causado pelos sintomas”, complementa Dra. Marta. Para prevenir a infecção pelo EV, a infectologista recomenda que, se possível, quem convive em locais alagados utilizem “botas, luvas e roupas impermeáveis, lavar as mãos com água e sabão líquido, secá-las e friccionar álcool 70% até secar, especialmente antes de alimentar-se, cuidar de outras pessoas ou preparar alimentos, ingerir apenas água potável e evitar alimentos ou água que entraram em contato com enchentes”.


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