Encontro nacional em Porto Alegre reúne Simers e entidades para discutir formação médica

Encontro nacional em Porto Alegre reúne Simers e entidades para discutir formação médica

Evento com participação de deputados e senador foi realizado no Hotel Deville Prime

Felipe Faleiro

Rovinski, presidente do Simers, fez o discurso de abertura

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Profissionais médicos de todo o país estiveram reunidos nesta segunda-feira, no Hotel Deville Prime, em Porto Alegre, para um encontro nacional sobre o tema “O que queremos para a Educação Médica do país?”, promovido pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e pela Federação Médica Brasileira (FMB). O encontro teve a presença de autoridades do setor, como os presidentes do Simers, Marcos Rovinski, que realizou o discurso de abertura, da FMB, Tadeu Calheiros, e da Frente Parlamentar da Medicina, o senador Dr. Hiran (PP-RR), além de deputados e membros de associações.

O debate girou principalmente em torno da abertura de cursos de medicina no país, considerada “indiscriminada” pelos órgãos. Para Rovinski, a discussão deve se basear na qualidade da formação destes profissionais, e não na quantidade a nível nacional, avaliada por ele como suficiente. “A ideia é que, em 2030, tenhamos 1,050 milhão de médicos no Brasil. É importante que nos debrucemos sobre a questão de como eles estão sendo formados. É uma preocupação de todos os que pensam a medicina de maneira séria”, apontou o presidente do Simers.

Na opinião de Calheiros, a qualidade é garantida na medida em que há critérios claros e objetivos de avaliação. “Por exemplo, uma qualificação docente, com mestrado, doutorado, além do número de leitos compatíveis, para que o estudante de Medicina possa ter um bom campo de prática”, avaliou. Para ele, a criação de cursos sem o processo avaliativo adequado é um “comércio, o que é muito ruim”, disse. “Você coloca questões econômicas em detrimento da qualidade de formatura. Existe uma abertura sem nenhum controle, e no futuro, teremos profissionais sem boa formação”, alertou.

Segundo o senador, mesmo com a moratória decretada pelo ex-presidente Michel Temer em 2017 proibindo a abertura de novas vagas, e que foi revogada por meio de portaria do Ministério da Educação (MEC) em abril deste ano, mais de 30 mil foram abertas no país. “Elas foram abertas sem o menor critério. Digo, em lugares onde precisamos de cursos de medicina, não houve abertura. E abriram onde já há vagas demais”, argumentou ele.

Ainda conforme Dr. Hiran, é preciso “discutir esta questão com critérios sérios e comprometidos com a boa formação médica”, assim como uma distribuição mais adequada pelo país todo. “Se isto não houver, quem sofre é a população brasileira, que termina sendo atendida por maus profissionais”, disse o presidente da Frente Parlamentar da Medicina. O encontro também marcou a entrada do Sindicato dos Médicos do Rio Grande (Simerg) e do Sindicato dos Médicos de Santa Maria (Sindomed) na FMB, da qual o Simers já faz parte, inclusive como membro da diretoria.


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