O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, afirmou estar “atento” e em contato com a Secretaria Municipal de Saúde e Polícia Civil diante de dois casos suspeitos de intoxicação por metanol. Nesta segunda-feira, a Capital registrou o segundo caso suspeito de acordo com o novo balanço do Ministério da Saúde. Ambas suspeitas estão sob investigação. Um terceiro caso, registrado em Santa Maria, já foi descartado pelo governo estadual após análise.
Melo informou que um grupo liderado pelo secretário de Saúde, Fernando Ritter, tem feito reuniões para tomar as providências necessárias. “A Polícia Civil está agindo e a Vigilância Sanitária sempre vai agir”, disse. Melo também apontou a necessidade da parceria da população para denúncias de locais suspeitos de vender bebidas adulteradas, por meio do número 156.
O prefeito alegou que o fato de que algumas lojas possam estar vendendo bebidas a preços baixos, ainda que não seja fator de adulteração de destilados, pode ser de desconfiança. "Nosso sistema de saúde tem um acompanhamento muito acurado, ou seja, qualquer caso que aconteça na cidade, imediatamente a saúde é comunicada e toma as providências dos exames", disse o prefeito. "A gente está muito atento e precisamos estar atento, porque estamos falando de saúde pública e a prefeitura será implacável nesse processo", completou.
A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre (SMS) informou que, ainda que os casos não tenham confirmação de intoxicação até o momento, serão realizadas análises das amostras e demais procedimentos, incluindo a verificação dos locais de procedência das bebidas consumidas. De acordo com a pasta, a Vigilância Sanitária já fiscalizou o estabelecimento indicado, um mercado de Porto Alegre, e não encontrou lote suspeito nem irregularidades nos produtos disponíveis. Ainda, informou que amostras foram coletadas conforme protocolo do Ministério da Saúde, e que a equipe da Vigilância realizará busca ativa ainda nesta semana.
De acordo com a Secretaria da Saúde (SES), que a Vigilância em Saúde está em contato com a equipe municipal para a coleta de amostras de sangue do paciente e do produto ingerido para realização de análises laboratoriais que possam confirmar a presença da substância tóxica. A pasta informou que o Centro de Informação Toxicológica do Estado (CIT), vinculado ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), passará a realizar, nos próximos dias, exames laboratoriais para identificação de metanol em casos suspeitos de ingestão durante o consumo de bebidas destiladas.
Casos suspeitos estão sob investigação
O primeiro caso, de um homem de 38 anos, recebeu alta no sábado do Hospital de Pronto Socorro. As queixas principais foram dor abdominal tipo cólica, náuseas e tontura após ingesta alcoólica (caipirinha). O segundo caso é de um homem de 23 anos, residente em Porto Alegre,que apresentou sintomas como cefaléia, náuseas, mal-estar e dor abdominal após ingestão de vinho em grande quantidade. Procurou atendimento na segunda-feira, sendo avaliado na emergência Dom Vicente Scherer, da Santa Casa. Os exames laboratoriais não apresentaram alterações significativas.
O que fazer em casos de suspeita de intoxicação
Diante da ocorrência de intoxicações por metanol, o Ministério da Saúde reforça a importância da vigilância e orienta sobre as ações a serem tomadas. O metanol é uma substância tóxica usada em solventes e produtos químicos, podendo causar danos graves ao fígado, cérebro e nervo óptico - com risco de cegueira, coma e até morte.
Sintomas principais (podem surgir entre 12 e 24 horas após ingestão):
- Dor abdominal
- Visão alterada
- Confusão mental
- Náusea
Esses sinais podem ser confundidos com os de uma ressaca comum. Por isso, ao identificá-los, a pessoa deve procurar imediatamente atendimento médico em uma unidade de emergência.
Na chegada ao serviço de saúde, é essencial informar:
- Que houve consumo de bebida alcoólica
- O contexto (ex.: festa, bar, evento)
- Tipo de bebida ingerida
- Presença ou não de rótulo na embalagem
- Horário aproximado da ingestão