Os médicos que trabalham na Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul paralisaram os atendimentos eletivos nesta segunda-feira. A medida ocorre em função do atraso nos salários, que está ocorrendo em alguns casos desde setembro do ano passado e o restante em outubro.
Segundo a diretora da regional sul do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers/RS), Renata Jacottet, nesta segunda-feira foi entregue um documento a direção da casa de saúde informando que se em 15 dias, ou seja, até o próximo dia 25 os salários não forem quitados, os profissionais irão pedir demissão coletiva. "São em torno de 20 médicos que trabalham no local que caso não recebam seus salários sairão da escala de plantão, mas enquanto a data limite não chega seguem trabalhando, atendendo casos de urgência e emergência", garante.
O Sindicato diz, em nota, que a medida extrema é uma resposta à inadimplência da instituição que se arrasta há anos e que vem sendo acompanhada pelo Simers. O grupo também rejeitou qualquer proposta de novo parcelamento dos honorários atrasados. A decisão foi tomada após audiência pública realizada neste mês na Câmara de Vereadores. Na oportunidade, representantes do hospital forneceram informações que, segundo os médicos, não condizem com a realizada. Durante a assembleia, também foi destacado que o diálogo com a atual gestão é insuficiente, o que agrava a crise. Os profissionais foram orientados pelo Sindicato a enviar notificações individuais à direção do hospital para garantir a formalização da decisão. As dívidas com os profissionais são de em torno de R$ 2 milhões. O hospital tem uma dívida de em torno de R$ 170 milhões. A direção da casa de saúde disse que está buscando solucionar o problema o mais breve possível.