Marcelo Matias assume presidência do Simers com agenda de defesa médica e reformas estruturais
Com uma postura firme e experiência acumulada, Marcelo Matias afirma que seu próximo mandato será de uma gestão participativa e alinhada às necessidades da classe médica
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Marcelo Matias, o novo presidente eleito do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), assume o cargo para o triênio 2025/2027 com uma pauta ambiciosa: fortalecer a defesa dos médicos e enfrentar os desafios estruturais que afetam a categoria. Entre as metas no novo mandato está a correção de falhas que, segundo ele, comprometeram a qualidade da educação médica, e a sustentabilidade do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (IPE Saúde).
Em uma entrevista com o Correio do Povo, Matias afirmou que a ação mais importante da sua gestão será “trazer de volta o sindicato para o médico. O sindicato não pode ser um fim em si só. Ele tem que existir como um meio para defender o médico. Aonde eles estiver”.
De acordo com ele, uma das pautas que fez com que a chapa fosse a vitoriosa com 2.558 votos dos 5.592, foi o comprometimento com a luta para evitar a proliferação de faculdades de medicina sem infraestrutura adequada e processos seletivos deficientes, comprometendo a qualidade da formação médica, algo que, segundo ele, a gestão atual falhou em impedir.
Segundo Matias, a nova gestão vai atuar com um “núcleo político em Brasília”, com suporte jurídico, para barrar a criação de novas faculdades que não atendam aos padrões de qualidade exigidos. Essa ação busca garantir que futuros profissionais tenham uma formação sólida, protegendo a excelência da medicina brasileira.
“Elas (algumas faculdades de medicina) fornecem o diploma que é completamente diferente de formar um médico. Nós temos no Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, hoje, mais de 20 processos para abertura de faculdade de medicina”, disse.
Crise no IPE
Sobre a situação do IPE, Matias considera que o instituto está à beira da falência devido à má gestão e à falta de estratégias eficazes para equilibrar as contas. Ele propõe medidas estruturais, como aumentar a contribuição do Estado e criar um sistema de “livre negociação”. “Nas categorias de mais baixa renda mantém-se a tabela do IPE, nas categorias de mais alta renda, o IPE paga, por exemplo, a internação e a negociação dos serviços médicos, pode ser feita em separado”.
Além disso, ele defende o fortalecimento da auditoria do IPE em 100% das contas. De acordo com Matias, o instituto é essencial para milhões de gaúchos e não pode ser negligenciado. “Precisamos de um sindicato forte para pressionar o governo e salvar o IP”, enfatiza.
União da classe médica e aprendizado com o passado
Matias declarou o compromisso de governar para todos os médicos, independentemente de posições políticas ou pessoais. E destacou a importância de unir a categoria, reforçando que o sindicato é o principal órgão de defesa dos médicos. “Somos os representantes de todos os médicos. A gestão tem que ser feita para todos. A campanha terminou e a categoria é única”, declarou.
Ele também admitiu que em momentos anteriores fez avaliações equivocadas de pessoas, mas aprendeu com essas experiências e acredita que vai fazer uma gestão de sucesso e comprometida com a classe médica.
De acordo com Matias, essa foi a eleição mais difícil das três que disputou. Contou que foi difamado e recebeu ameaças, mas acredita que a vitória recente reflete a escolha da classe por uma gestão que priorize os interesses dos médicos.
“Removi todo o conteúdo de campanha das minhas redes sociais porque, agora, nosso foco é trabalhar por toda a categoria médica. Precisamos de união para enfrentar os desafios que estão à nossa frente”, concluiu.