“Não houve negligência”, diz diretora da Saúde após interdição de unidade na Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre

“Não houve negligência”, diz diretora da Saúde após interdição de unidade na Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre

Após rachaduras serem descobertas, laudo da Smoi deve esclarecer situação estrutural do edifício

Felipe Faleiro

Aviso está na porta da Unidade de Saúde Cruzeiro do Sul, no Santa Tereza

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Desde esta quinta-feira, usuários da unidade de saúde Cruzeiro do Sul, no bairro Santa Tereza, precisarão se deslocar até outros locais para consultas médicas e vacinas. Um laudo técnico preliminar emitido por uma engenheira civil na última quarta-feira, após vistoria periódica, constatou indícios de comprometimento na estrutura, incluindo rachaduras, infiltrações e presença de deformidades em vigas e pilares, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), e recomendação que não haja circulação de pessoas.

O local, administrado em parceria com o IBSaúde, será agora inspecionado por equipes da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), a fim de detalhar a situação do edifício. Pacientes com agendamentos a partir de hoje já estão sendo contatados. A diretora de Atenção Primária da SMS, Vânia Frantz, disse que houve uma “evolução rápida” nos problemas no prédio, mas que as rachaduras já eram conhecidos desde, ao menos, a inspeção anterior, que é realizada mensalmente.

Na ocasião, o problema, porém, não era crítico como agora. “Não houve negligência. A engenheira responsável vinha acompanhando o que é chamado de patologias na edificação. Havia uma rachadura muito pequena e discreta, que evoluiu até esta avaliação, sugerindo uma alteração estrutural a partir de um deslocamento de terra, possivelmente”, comentou ela, atribuindo a questão, inicialmente, às “chuvas persistentes” ao longo do tempo.

“Quem não é da área da engenharia realmente estranha a situação quando acontece de uma hora para a outra. Mesmo que agora não tenha havido um evento maior de chuva, a persistência dela foi fazendo alguma movimentação embaixo da terra, e chegou um momento em que isto aconteceu, pelo peso da estrutura”, salientou Vânia. Assim, não há estimativa para reabertura, já que isto depende da avaliação estrutural feito pela Smoi, que também não tem prazo para conclusão, por ora.

“Desde ontem (quarta), já estamos fazendo contato com as pessoas que tinham consultas no posto, mas sabemos que nem todos olham as mensagens, por acreditar que sejam golpes, ou qualquer outro motivo. Já estamos avisando também os pacientes com procedimentos na semana que vem”. Por enquanto, a orientação para a população da área é buscar as unidades Osmar Freitas (Rua Jorge Simon, 146) e Moab Caldas (Avenida Moab Caldas, 400) como referências oficiais, que receberam reforço das equipes remanejadas da Cruzeiro do Sul.

Na manhã desta quinta, a aposentada Crispina Rodrigues buscou uma vacina no posto da Cruzeiro do Sul, sendo surpreendida com o aviso de interdição instalado em frente a unidade, e a orientação para buscar as demais. “Não sabíamos que estava fechado. E acredito que o próprio pessoal do posto também foi surpreendido”, comentou a filha dela, a dona de casa Maria Beatriz Rodrigues, que a acompanhava. Ambas buscavam um veículo de aplicativo para ir até outra unidade.


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