Porto Alegre poderá registrar novo recorde de casos de dengue em 2025, alerta Secretaria Municipal da Saúde
Aplicação de inseticida para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti iniciou mais cedo neste ano do que em períodos anteriores

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Com oito casos confirmados, 77 notificações e dois extraoficiais até o momento em 2025, Porto Alegre começou mais cedo neste ano a aplicação de inseticida em pontos onde houve a confirmação de casos de dengue. E, segundo a Diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (DVS/SMS), que na manhã desta quarta-feira iniciou a ação no bairro Rubem Berta, o ano já começa crítico quanto à infestação do mosquito Aedes aegypti, e a tendência é de um novo recorde de casos.
“A situação é preocupante, porém infelizmente esperamos que haja uma repetição de casos, assim como ocorreu em 2024. Neste momento, começamos a fazer a aplicação agora em janeiro, o que não é inédito, mas é raro. Geralmente, iniciávamos no final de fevereiro ou início de março”, salientou o médico veterinário da DVS/SMS, Alessandro Coelho.
De acordo com o painel de arboviroses da SMS, Porto Alegre teve 11 mortes e 16.378 casos confirmados de dengue no ano passado, que já havia sido o maior número da história até então. Destes, 14.657, ou 89,4%, foram autóctones, ou seja, contraídos dentro do município. Quando há um caso confirmado, os agentes da DVS estabelecem um raio de cerca de 300 metros no entorno e aplicam o adulticida, com efeito momentâneo, não afetando larvas ou ovos. A aplicação desta quarta, a partir da rua Alberto Rangel, buscou isolar um caso notificado ainda na última semana de 2024.
“Estamos fazendo a aplicação agora para tentar reduzir a transmissão viral”, acrescentou Coelho. Na semana epidemiológica 1/2025, entre 29 de dezembro de 2024 e 4 de janeiro deste ano, o chamado Índice Médio de Fêmeas de Aedes aegypti (IMFA) marcou 0,84, acima do considerado crítico (0,6). Foram coletadas fêmeas, segundo registrou a Prefeitura em sua plataforma Onde está o Aedes?, em 312 das 685 armadilhas vistoriadas. Ao todo, a Capital conta com 910 instaladas.
“Na realidade, não adianta a gente fazer a aplicação de inseticida se os criadouros do mosquito não forem eliminados. Os cuidados que se devem ter são os básicos, de, pelo menos dez minutos por semana, fazer uma avaliação no seu pátio, em sua área externa e interna, a fim de procurar e eliminar os criadouros. É a medida mais eficaz até o momento. Porém, por si só, ela não resolve os problemas. É uma medida complementar às outras que usamos normalmente para o combate à dengue”, salientou o médico veterinário, reforçando ainda a importância de os habitantes da área receberem os agentes e não recusarem a aplicação.
O analista de segurança na informação Leonardo Guimarães Ribeiro foi um dos moradores que teve a residência pulverizada na manhã desta quarta. Segundo ele, a ação é importante. “De toda forma, temos também que fazer este controle. Não deixamos plantas com água parada, é tudo com areia, e até nem sabia que havia casos de dengue por aqui. Achei interessante quando vi esta movimentação aqui em frente”, comentou ele.