Porto Alegre tem mais de 260 casos suspeitos de leptospirose

Porto Alegre tem mais de 260 casos suspeitos de leptospirose

Secretaria Estadual da Saúde confirma 19 casos de leptospirose

Paula Maia
Para evitar o contato com um ambiente contaminado, infectologistas recomendam o uso de botas e luvas durante a limpeza

Para evitar o contato com um ambiente contaminado, infectologistas recomendam o uso de botas e luvas durante a limpeza

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As inundações propiciam a disseminação e a persistência da leptospirose nos ambientes, facilitando a ocorrência de surtos. Pessoas que tiveram contato com água contaminada, no início do mês de maio, já começam a apresentar sintomas da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre registra 268 suspeitas em investigação. No Hospital São Lucas da PUCRS tem três casos e no Hospital de Clínicas, quatro casos suspeitos. A Santa Casa de Porto Alegre está com 13 casos em investigação.

Casos confirmados

A Secretaria Estadual da Saúde informou que realiza o monitoramento de casos suspeitos e, até essa segunda-feira, registra 304 casos em investigação e 19 confirmados.

A morte por leptospirose de um homem de 67 anos, residente de Travesseiro, no Vale do Taquari, foi confirmada pela Secretaria Estadual da Saúde. O fato ocorreu na sexta-feira, a secretaria municipal de saúde declarou no domingo.

Em Santa Cruz, de acordo com a coordenadora do Setor de Vigilância e Ações em Saúde, Francine Braga, a cidade já registrou 47 notificações da doença. Seis casos foram confirmados, 19 descartados e 22 ainda aguardam resultados de exames.

Durante um encontro virtual, organizado pela Sociedade de Infectologia Gaúcha (SGI), o especialista Cesar Richie observou que o uso de materiais de proteção, como luva e botas, devem ser usados, também, durante a limpeza das casas e locais que foram alagados.

“A exposição vai ser muito maior agora, com as pessoas retornando e limpando. Entrando neste barro”, disse. O infectologista também ressaltou que as suspeitas de casos em abrigos devem ser encaminhadas para atendimento médico. E que o ideal seria ter os testes para a confirmação da doença nos próprios abrigos.

Uma nota técnica conjunta da Sociedade Brasileira de Infectologia, da Sociedade de Infectologia Gaúcha e da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul indica a quimioprofilaxia na leptospirose em grupos considerados de alto risco.

Entre eles estão as equipes de socorristas de resgate e voluntários com exposição prolongada a água de enchente, nos quais os equipamentos de proteção individual não são capazes de prevenir a exposição. Além de pessoas expostas à água de enchente por período prolongado com avaliação médica criteriosa do risco dessa exposição.

Período de incubação

De acordo com o Ministério da Saúde, a leptospirose apresenta um risco de letalidade que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Ela é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira; sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas.

O intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o início dos sintomas – que é o período de incubação da bactéria – pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.

Sintomas

Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça, dor muscular – principalmente nas panturrilhas – , falta de apetite, náuseas ou vômitos.


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