Rio Grande do Sul registra em 2022 a maior taxa de suicídio da série histórica

Rio Grande do Sul registra em 2022 a maior taxa de suicídio da série histórica

Cerca de 80% dos casos de suicídio são de homens, apontam os dados preliminares

Matheus Chaparini

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O Rio Grande do Sul teve, em 2022, a maior taxa de suicídios registrada desde 2010, quando iniciou a série histórica. De acordo com dados preliminares, divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), foram 1.560 mortes por suicídio no Estado no ano passado. O número equivale a uma taxa de 14,4 por 100 mil habitantes. O Estado tem historicamente as taxas mais elevadas do país.

É possível observar, durante o período, uma linha de tendência crescente para a taxa de mortalidade por suicídio. Entre o início e o fim do período, a taxa teve um aumento de 4,49 casos por 100 mil habitantes, sendo a taxa de 2022 43,3% maior que a de 2010.

Anualmente, no mês de setembro, que é dedicado à reflexão sobre o suicídio como problema de saúde pública, a Secretaria da Saúde (SES) divulga o Informe Epidemiológico Suicídio e Lesão Autoprovocada. O documento apresenta dados preliminares de 2022 sobre a mortalidade por suicídio no Rio Grande do Sul e no cenário nacional e mundial.

O informe traz recomendações para os gestores de saúde regionais e municipais sobre a importância da notificação dos casos. Destaca, ainda, o papel dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS) e Atenção Secundária para a identificação do comportamento suicida, a fim de possibilitar uma avaliação de risco adequada e evitar a evolução dos casos.

O levantamento aponta ainda que, em 2021, o óbito ocorreu no próprio domicílio em 64,6% dos casos e, no hospital, em 10,3%.

80% dos casos são do sexo masculino

De acordo com o levantamento, oito em cada dez óbitos por suicídio registrados no Rio Grande do Sul são de pessoas do sexo masculino. Entre os homens, a taxa aumenta conforme a faixa etária avança, aumentando também a diferença em relação ao sexo feminino. 

Chama atenção nos dados um aumento na taxa de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, a partir de 2018, e de idosos de 70 anos ou mais a partir de 2019.

Centro e Noroeste têm maiores taxas

As maiores taxas de mortalidade por suicídio concentram-se no Centro e no Noroeste do Estado. Entre as regiões das 18 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), três se destacam pelas taxas elevadas, são as regiões de Frederico Westphalen (2ª CRS), Santa Cruz do Sul (13ª CRS) e Santa Rosa (14ªCRS). A região de Porto Alegre, atendida pela 1ª Coordenadoria tem a menor taxa do Estado.

Saiba como obter ajuda

O Mapa da Saúde Mental informa sobre locais que oferecem ajuda.

O Centro de Valorização da Vida oferece atendimento gratuito 24h, realizando apoio emocional e prevenção ao suicídio, pelo telefone 188 ou pelo site.

Outros meios para buscar ajuda são: Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende pelo número 192.

O E-book gratuito “Bem-estar dos educadores: cuidando da saúde mental para uma escola de sucesso”, da Academia Soul, está disponível online.

A campanha “Seja Luz no Caminho de Quem Precisa”, do Sesi-RS, é voltada a empresas. Para aderir, gratuitamente, acesse o site ou contate 0800-0518555.


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