Saúde mental se torna o segundo principal motivo para superlotação nas emergências de Porto Alegre
Doenças respiratórias ainda são as principais causas. Questões de saúde mental ultrapassaram os problemas gastrointestinais

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A lotação das emergências em Porto Alegre continua acima da capacidade. Na manhã desta segunda-feira, o Pronto Atendimento da Bom Jesus operava com uma média de 385% da sua capacidade. Outras unidades, como o Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul e a UPA Moacyr Scliar, também enfrentam altas taxas de ocupação, com 344% e 235%, respectivamente. O Hospital de Clínicas reportou 205%, enquanto São Lucas da PUCRS e Santa Casa registraram 290% e 246%.
Conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde, as internações são predominantemente causadas por problemas respiratórios, seguidos por questões de saúde mental. O diretor de Atenção Hospitalar e Urgências da Secretaria, Favio Telis, sublinhou que "vários fatores impactam na saúde mental", e considerou os prejuízos causados pela enchente de maio como um possível contribuinte para essa elevação.
"Era algo esperado. Nós já prevíamos esse mapa logo depois da enchente. E agora aumentou significativamente. É algo que nos preocupa. Temos feito diversas reuniões para ver como conseguimos reforçar esse atendimentos e dar assistência para as comunidades. A atenção primária tem trabalhado bastantes em relação aos CPS (Centros de Atenção Psicossocial)”, disse Telis.
O diretor também enfatizou que a taxa de lotação tem oscilado consideravelmente nos últimos dias. E destacou uma diminuição significativa nas emergências pediátricas, que nesta segunda registraram 76% de ocupação nos hospitais e 69% nos Pronto Atendimentos da Capital. No início de setembro chegou a superar 126% nas UPAS.
Outro ponto observado pelo médico é que uma parte significativa dos atendimentos nas Emergências é de classificação verde, ou seja, casos clínicos que poderiam ser tratados nas Unidades Básicas de Saúde, e evitariam aglomerações nas Emergências, o que pode ser prejudicial principalmente para as questões respiratórias. "As vezes um paciente vai por uma dor lombar, ou outro desconforto, e acaba desenvolvendo questões respiratórias”, frisou o médico.
O perfil dos atendimentos indica que a maioria das internações e casos mais graves estão entre pacientes com mais de 60 anos. E a pneumonia é a doença respiratória mais comum entre os adultos. Entre as crianças, os principais diagnósticos incluem gripe, bronquite e asma.