O Dia das Crianças já passou, mas a preocupação com a saúde bucal do público infantil se mantém. De acordo com a professora Jeniffer Zettermann, do curso de Odontologia da UniRitter, o acompanhamento precoce pode evitar tratamentos complexos no futuro e garantir o desenvolvimento adequado.
Por que acompanhar desde cedo?
Embora temporários, os dentes de leite são fundamentais para funções como mastigação, fala, estética e para manter o espaço dos dentes permanentes. Problemas nessa fase, como a perda precoce, podem comprometer o alinhamento dentário e afetar o desenvolvimento ósseo da face.
A avaliação ortodôntica preventiva é recomendada por volta dos seis anos de idade, quando surgem os primeiros dentes permanentes. “É nessa fase que conseguimos identificar alterações no crescimento ósseo, na mordida e no posicionamento dos dentes, permitindo intervenções mais simples e eficazes”, destaca Jeniffer.
Hábitos e alimentação influenciam no desenvolvimento
Além da genética, costumes durante a infância como o uso prolongado de chupeta, mamadeira ou o ato de chupar o dedo podem alterar a mordida e o posicionamento dos dentes.
“O uso prolongado desses hábitos pode causar alterações na mordida e na respiração, aumentando a chance de necessidade de correção ortodôntica no futuro. O ideal é que o uso da chupeta seja interrompido até os 2 anos de idade”, orienta a especialista.
Outro fator importante é a alimentação. Alimentos fibrosos e mais duros, como frutas e vegetais, ajudam a estimular o crescimento adequado da musculatura e dos ossos da face. Já o consumo excessivo de açúcar e alimentos muito pastosos favorece o surgimento de cáries e atrapalha o desenvolvimento bucal.
Como reduzir traumas na ortodontia infantil
Em caso de tratamento ortodôntico, a odontopediatria tem um papel fundamental em ajudar a reduzir o medo e a ansiedade. Essa abordagem contribui para que a criança desenvolva confiança no profissional, tornando o tratamento mais tranquilo e natural.
“O odontopediatra prepara a criança de forma acolhedora e educativa, ajudando a reduzir o medo e a promover a confiança no profissional. Esse vínculo é essencial para que a criança encare o tratamento de maneira mais tranquila e natural”, explica a docente.
O acompanhamento contínuo desde os primeiros anos de vida permite diagnosticar precocemente alterações no desenvolvimento da arcada dentária e da face, possibilitando intervenções preventivas. Dessa forma, é possível evitar tratamentos ortodônticos longos, complexos e desgastantes durante a adolescência ou idade adulta.
Quando procurar um ortodontista?
Além da avaliação de rotina, os pais devem estar atentos a sinais que podem indicar a necessidade de um acompanhamento ortodôntico:
- Mordida aberta (dentes da frente não se tocam);
- Respiração pela boca;
- Dentes tortos ou apinhados;
- Dificuldade para mastigar ou falar;
- Perda precoce de dentes de leite (antes dos cinco anos);
- Hábito prolongado de chupar dedo.