Saúde

Saúde bucal infantil: os cuidados necessários e quando buscar especialista

Avaliação ortodôntica preventiva é recomendada por volta dos seis anos de idade

Responsáveis devem estar atentos com cuidados de saúde bucal nas crianças
Responsáveis devem estar atentos com cuidados de saúde bucal nas crianças Foto : Pedro Bolle / USP Imagens / CP

O Dia das Crianças já passou, mas a preocupação com a saúde bucal do público infantil se mantém. De acordo com a professora Jeniffer Zettermann, do curso de Odontologia da UniRitter, o acompanhamento precoce pode evitar tratamentos complexos no futuro e garantir o desenvolvimento adequado.

Por que acompanhar desde cedo?

Embora temporários, os dentes de leite são fundamentais para funções como mastigação, fala, estética e para manter o espaço dos dentes permanentes. Problemas nessa fase, como a perda precoce, podem comprometer o alinhamento dentário e afetar o desenvolvimento ósseo da face.

A avaliação ortodôntica preventiva é recomendada por volta dos seis anos de idade, quando surgem os primeiros dentes permanentes. “É nessa fase que conseguimos identificar alterações no crescimento ósseo, na mordida e no posicionamento dos dentes, permitindo intervenções mais simples e eficazes”, destaca Jeniffer.

Hábitos e alimentação influenciam no desenvolvimento

Além da genética, costumes durante a infância como o uso prolongado de chupeta, mamadeira ou o ato de chupar o dedo podem alterar a mordida e o posicionamento dos dentes.

“O uso prolongado desses hábitos pode causar alterações na mordida e na respiração, aumentando a chance de necessidade de correção ortodôntica no futuro. O ideal é que o uso da chupeta seja interrompido até os 2 anos de idade”, orienta a especialista.

Outro fator importante é a alimentação. Alimentos fibrosos e mais duros, como frutas e vegetais, ajudam a estimular o crescimento adequado da musculatura e dos ossos da face. Já o consumo excessivo de açúcar e alimentos muito pastosos favorece o surgimento de cáries e atrapalha o desenvolvimento bucal.

Como reduzir traumas na ortodontia infantil

Em caso de tratamento ortodôntico, a odontopediatria tem um papel fundamental em ajudar a reduzir o medo e a ansiedade. Essa abordagem contribui para que a criança desenvolva confiança no profissional, tornando o tratamento mais tranquilo e natural.

“O odontopediatra prepara a criança de forma acolhedora e educativa, ajudando a reduzir o medo e a promover a confiança no profissional. Esse vínculo é essencial para que a criança encare o tratamento de maneira mais tranquila e natural”, explica a docente.

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O acompanhamento contínuo desde os primeiros anos de vida permite diagnosticar precocemente alterações no desenvolvimento da arcada dentária e da face, possibilitando intervenções preventivas. Dessa forma, é possível evitar tratamentos ortodônticos longos, complexos e desgastantes durante a adolescência ou idade adulta.

Quando procurar um ortodontista?

Além da avaliação de rotina, os pais devem estar atentos a sinais que podem indicar a necessidade de um acompanhamento ortodôntico:

  • Mordida aberta (dentes da frente não se tocam);
  • Respiração pela boca;
  • Dentes tortos ou apinhados;
  • Dificuldade para mastigar ou falar;
  • Perda precoce de dentes de leite (antes dos cinco anos);
  • Hábito prolongado de chupar dedo.