Após a confirmação do primeiro caso de intoxicação por metanol que está sendo tratado no Rio Grande do Sul, mas que teve origem em São Paulo, o secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, informou estar em contato com a diretoria do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), representante do Ministério da Saúde, para adquirir o antídoto para a intoxicação. Por enquanto, está disponível para a população o álcool etílico. "Todas as emergências já estão sendo abastecidas (com o antídoto). Ele é para ser usado de forma oral ou injetável e serve para minimizar a situação", disse.
Ritter salientou que, no momento, não é necessário pânico. "Nós não identificamos nenhuma origem aqui em Porto Alegre ou no Rio Grande do Sul. Estamos em conversação com a vigilância do Estado, assim como nossa equipe. Nesse primeiro caso (suspeito), nós fomos até o local onde a pessoa supostamente comprou a bebida e não identificamos a bebida. Após cancelada a confirmação, nossa equipe tem monitorado", diz o secretário.
Recomendações
O secretário recomenda a procura imediata de serviço de saúde ao apresentar sintomas característicos, como dor abdominal, vômitos, náusea e tontura entre 12 e 24h depois de ter ingerido bebida alcoólica. "O sintoma mais importante é a alteração de visão ou de cores. Isso não é comum quando a pessoa toma em excesso bebida alcoólica e que não tem nenhum sintoma de metanol", alertou o secretário.
Ritter recomenda que as pessoas evitem consumo de bebidas alcoólicas sem procedência. "A gente tem orientado bares e restaurantes comprarem sempre dos mesmos fornecedores. Nossa equipe de vigilância tem feito um trabalho de acompanhamento dos casos e dar suporte aos restaurantes", explica.
"Estamos atentos e acompanhando. Quanto mais precoce pudermos tratar a pessoa, melhores serão os resultados", completa.
O primeiro caso
O primeiro caso que agora é tratado em Porto Alegre envolve um morador de Porto Alegre, de 42 anos, que ingeriu bebida alcoólica em São Paulo no dia 26 de setembro. Um dia depois, começou a apresentar sintomas como vômito, dores abdominais, tonturas alterações na visão. O paciente procurou atendimento no dia 30, no hospital São Lucas da PUCRS. Segundo o secretário Fernando Ritter, ele ainda sente-se um pouco fraco, mas passa bem.
"A equipe suspeitou de provável intoxicação por metanol e já acionou o protocolo que foi lançado pelo Ministério da Saúde. (O lançamento) Foi posterior a esse primeiro caso, mas a literatura já é muito clara e o hospital seguiu todas as regras. O exame foi para o laboratório parceiro e o resultado chegou nessa madrugada", relata. Um outro caso, ainda sob investigação, é de um paciente que procurou a emergência do hospital Santa Casa.