Simers alerta para a falta de estrutura do Hospital Nossa Senhora das Graças em absorver demanda do HPSC

Simers alerta para a falta de estrutura do Hospital Nossa Senhora das Graças em absorver demanda do HPSC

Médicos reclamam falta de materiais, equipamentos de uso individual, fluxos de atendimento e de alojamento para os profissionais; também há dificuldade de acesso a exames

Fernanda Bassôa

Diante da inundação que avançou sobre o HPSC, o corpo técnico do hospital, a UTI e a emergência foram levados para dentro do Nossa Senhora das Graças

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O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) já formalizou junto ao Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), às Secretaria Estadual e Municipal da Saúde, bem como alertou o Poder Judiciário sobre a necessidade urgente de um plano de contingência para definir a situação dos médicos e demais profissionais da saúde do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC).

Os profissionais estão alocados em outros hospitais desde a madrugada de 4 de maio, quando a estrutura do HPSC, no bairro Mathias Velho, ficou completamente inundada, obrigando a evacuação do local e a transferência emergencial dos pacientes. Na semana passada, o diretor do Simers, Gilberto Schwartzmann, visitou o Hospital Nossa Senhora das Graças e, passados mais de 30 dias da realocação da equipe, os médicos relatam uma série de dificuldades, inclusive que colocam em risco a assistência aos pacientes de trauma que estão sendo recebidos no Graça.

De acordo com o diretor do Sindicato Médico, os profissionais encontram obstáculos para exercer a medicina e realizar o atendimento de forma plena. São problemas que vão desde a falta de materiais, equipamentos de uso individual, fluxos de atendimento e de alojamento para os profissionais, bem como a dificuldade de acesso a exames de radiologia 24h.

“O Simers lamenta a falta de orientação do empregador e a formalização da presença dos profissionais dentro do Hospital Nossa Senhora das Graças, uma vez que a previsão de reabertura do HPSC é de, no mínimo, seis meses. A instituição que é referência para 150 municípios, neste momento, não existe mais. Por isso, Canoas precisa informar ao Estado que não tem condições de seguir sendo referência diante desta situação”, salienta Schwartzmann.

A Secretaria Municipal de Saúde de Canoas reforça que se trata de uma situação emergencial e temporária. Informou ainda que todo o corpo técnico, o setor de Recursos Humanos (RH), a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e a emergência do Hospital de Pronto Socorro foram levados para auxiliar os atendimentos no Hospital Nossa Senhora das Graças. Além disso, foi implementado, em parceira com a Força Aérea Brasileira, um Hospital de Campanha para atender parte da demanda que chega ao Graça.

A operação está sendo coordenada de forma conjunta pela direção de ambos os hospitais. O secretário de Saúde do Município de Canoas, Mauro Sparta, admitiu que ter equipes de dois hospitais dentro de apenas um e disse que é uma relação difícil. Entretanto, Sparta disse que o HPSC não pode parar. “Não por causa de Canoas, mas por conta das pactuações regionais.”


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