Um mês após a troca de gestão do Hospital Viamão, adquirido pela Prefeitura - com apoio do Governo do Estado na obtenção de recursos -, e atualmente gerenciado de forma emergencial pelo Instituto Maria Schmitt (IMAS), o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Serviços de Saúde (Sindisaúde-RS) continua reivindicando junto ao poder público a garantia de todos os empregos na instituição hospitalar. "Essa foi uma promessa do prefeito por ocasião da compra do hospital, de que todos os empregos seriam mantidos. Queremos garantir o cumprimento da palavra!" declarou o diretor do Sindicato, Arlindo Ritter. Segundo ele, dos 650 funcionários ativos, foram contratados 404. Os outros 246 não foram readmitidos.
A diretora do Sindisaúde, Lúcia Mendonça, disse que houve uma diminuição de 40% dos trabalhadores, o que acaba por sobrecarregar a equipe e precarizar o atendimento. “O contrato é fechado e não por serviço. Estão submetendo os profissionais a um regime não permitido; uma jornada de trabalho ilegal, sem folga, que resultará no adoecimento da enfermagem por sobrecarga e poderá resultar na redução do contingente de trabalhadores”, explica a diretora, descontente com o corte nos pagamentos. “O salário caiu pela metade e teve também redução de postos. A gente sabe o quanto é difícil gerir saúde, mais difícil ainda é quando a saúde é trocada e transformada em mercadoria. Perde o trabalhador e perde o usuário. Não temos saúde pública, temos uma saúde terceirizada e direcionada.”
Segundo ela, hoje os trabalhadores que não foram reaproveitados estão no limbo e o hospital não entrega o serviço que promete. A preocupação do Sindisaúde, que já tentou apoio junto à Câmara de Vereadores e no Ministério Público, aumenta ainda mais diante do anúncio de reestabelecimento do serviço de urgência e emergência em traumato-ortopedia feito nesta semana, quando o Governo do Estado assinou portaria que permite a ampliação dos atendimentos no Hospital de Viamão, com a realização de 120 cirurgias, 600 consultas e 1,2 mil atendimentos por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Prefeitura de Viamão informou, em nota, que a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) entregou o Hospital Viamão com um quadro de 575 funcionários. Deste total, 124 estavam e continuam afastados do trabalho pelo INSS. Ou seja, havia um quadro efetivo de 451 funcionários ativos dentro do Hospital. Desses 451, foram aproveitados até o momento, 324 funcionários. Dos 127 restantes, 10 foram absorvidos pela FUC em outras unidades do grupo, restando 117 não admitidos até o momento.
Cabe salientar que o IMAS já contratou 91 novos funcionários, todos de Viamão. Portanto, hoje, está com um quadro de 415 funcionários efetivos, apenas 36 a menos do que o número entregue pela FUC. Os 117 funcionários ainda não aproveitados, estão sendo chamados gradativamente para recompor o quadro, conforme acontece também o aumento de serviços ofertados. A Prefeitura de Viamão reafirma seu compromisso com a comunidade, na qualificação e ampliação dos serviços, bem como na efetiva fiscalização da gestão do Hospital.