Trabalhadores do São Camilo param por 12 horas devido ao não pagamento do piso da enfermagem
Profissionais também reivindicam o complemento do valor do 13º salário, bem como locais apropriados para a realização de refeições e de intervalo

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Profissionais da enfermagem, especialmente técnicos, que atuam no Hospital São Camilo em Esteio, contratados por terceirada e cujos serviços hoje são gerenciados pelo IB Saúde, realizaram uma parada de 12 horas nesta segunda-feira em protesto a falta de pagamento do Piso Salarial da Enfermagem. Os trabalhadores se reuniram em frente ao setor de emergência do hospital, com faixas e cartazes, chamando atenção dos usuários e do poder público para a problemática que têm enfrentado desde 2023. Os profissionais deliberaram estado de greve.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Vale dos Sinos (Sindisaúde VS), Andrei Rex, disse que além do piso, os profissionais também reivindicam o complemento do valor do 13º salário, bem como locais apropriados para a realização de refeições e de intervalo. “Tem profissionais que estão com três meses em atraso. Outros, não receberam novembro e dezembro de 2023. Nossa intenção com o movimento é que de fato se resolva essa situação e que o piso de todos os profissionais seja regularizado.” Rex garante que nenhum profissional da enfermagem recebeu a parcela do 13º do completo do piso.
“O hospital São Camilo é o único equipamento de saúde que atende toda população da cidade. Baleado, acidentado, esfaqueado, gente que enfarta cai tudo aqui para o pessoal atender. Nós estamos falando de direito do trabalhador.” O presidente do Sindisaúde garante que caso não se tome providências cabíveis e que solucionem a questão do trabalhador, a categoria pode entrar em greve.
A direção da Fundação de Saúde Pública São Camilo de Esteio informou que todos os valores são repassados com normalidade ao IB Saúde, não havendo qualquer débito ou pendência da Fundação. O gestor de contratos do IB saúde, Marcos Costa, informou que a empresa é apenas o intermediário do repasse de valores feito pelo governo federal à Fundação São Camilo.
“O nosso fluxo é bem tranquilo e simples. Uma vez que cai na nossa conta, dentro de três ou quatro dias o valor é repassado aos trabalhadores. O valor correspondente ao mês de julho deverá ser pago aos trabalhadores até o final desta semana e assim os pagamentos seguem normalizados.” Sobre a discrepância de repasses e meses pendentes, Costa explica que estão relacionados a CNPJ errado, ou número de CPF que não bate, demissão de funcionários ou um mesmo trabalhador atua em outra unidade.
Entretanto, Costa garante que a empresa está aberta a negociação para sentar e conversar com o Sindicato e funcionários para corrigir estas informações e resolver a problemática dos trabalhadores. “Temos o máximo interesse, pois o setor de emergência não pode parar.” Com relação ao complemento do 13º salário, o gestor de contratos do IB Saúde disse que não houve repasse desta verba pelo governo.