Trabalhadores do São Camilo param por 12 horas devido ao não pagamento do piso da enfermagem

Trabalhadores do São Camilo param por 12 horas devido ao não pagamento do piso da enfermagem

Profissionais também reivindicam o complemento do valor do 13º salário, bem como locais apropriados para a realização de refeições e de intervalo

Fernanda Bassôa

Profissionais estão em estado de greve até que o dinheiro entre na conta

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Profissionais da enfermagem, especialmente técnicos, que atuam no Hospital São Camilo em Esteio, contratados por terceirada e cujos serviços hoje são gerenciados pelo IB Saúde, realizaram uma parada de 12 horas nesta segunda-feira em protesto a falta de pagamento do Piso Salarial da Enfermagem. Os trabalhadores se reuniram em frente ao setor de emergência do hospital, com faixas e cartazes, chamando atenção dos usuários e do poder público para a problemática que têm enfrentado desde 2023. Os profissionais deliberaram estado de greve.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Vale dos Sinos (Sindisaúde VS), Andrei Rex, disse que além do piso, os profissionais também reivindicam o complemento do valor do 13º salário, bem como locais apropriados para a realização de refeições e de intervalo. “Tem profissionais que estão com três meses em atraso. Outros, não receberam novembro e dezembro de 2023. Nossa intenção com o movimento é que de fato se resolva essa situação e que o piso de todos os profissionais seja regularizado.” Rex garante que nenhum profissional da enfermagem recebeu a parcela do 13º do completo do piso.

“O hospital São Camilo é o único equipamento de saúde que atende toda população da cidade. Baleado, acidentado, esfaqueado, gente que enfarta cai tudo aqui para o pessoal atender. Nós estamos falando de direito do trabalhador.” O presidente do Sindisaúde garante que caso não se tome providências cabíveis e que solucionem a questão do trabalhador, a categoria pode entrar em greve.

A direção da Fundação de Saúde Pública São Camilo de Esteio informou que todos os valores são repassados com normalidade ao IB Saúde, não havendo qualquer débito ou pendência da Fundação. O gestor de contratos do IB saúde, Marcos Costa, informou que a empresa é apenas o intermediário do repasse de valores feito pelo governo federal à Fundação São Camilo.

“O nosso fluxo é bem tranquilo e simples. Uma vez que cai na nossa conta, dentro de três ou quatro dias o valor é repassado aos trabalhadores. O valor correspondente ao mês de julho deverá ser pago aos trabalhadores até o final desta semana e assim os pagamentos seguem normalizados.” Sobre a discrepância de repasses e meses pendentes, Costa explica que estão relacionados a CNPJ errado, ou número de CPF que não bate, demissão de funcionários ou um mesmo trabalhador atua em outra unidade.

Entretanto, Costa garante que a empresa está aberta a negociação para sentar e conversar com o Sindicato e funcionários para corrigir estas informações e resolver a problemática dos trabalhadores. “Temos o máximo interesse, pois o setor de emergência não pode parar.” Com relação ao complemento do 13º salário, o gestor de contratos do IB Saúde disse que não houve repasse desta verba pelo governo.


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