Vírus que sequestrou computadores de todo mundo pode ter sido desenvolvido pela NSA

Vírus que sequestrou computadores de todo mundo pode ter sido desenvolvido pela NSA

Ataques foram realizados através de arquivos anexados em e-mails para diversos países

AFP

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O ataque cibernético que atinge mais de 70 países, em especial muitas empresas e entidades europeias e asiáticas, pode ter sido feito com o uso de um vírus roubado da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, informou o jornal "The New York Times".

De acordo com a publicação, o vírus teria sido roubado pela grupo Shadow Brokers. Desde a manhã desta sexta-feira (12), diversas empresas sofreram com um tipo de vírus que sequestra os computadores e só permite que o usuário tenha acesso aos dados após o pagamento de uma espécie de resgate. No início do ano, a Microsoft lançou patches de segurança para a falha, mas muitos sistemas ainda não foram atualizados, principalmente os que usam Windows XP.

Em um tuíte, o especialista Costin Raiu, da empresa de segurança russa Kaspersky, escreveu que "Até agora, registramos mais de 45 mil ataques do ransomware #WannaCry em 74 países de todo o mundo". Também no Twitter, Akub Kroustek, da Avast, disse que a empresa registrou "36 mil detecções de #WannaCry [ou #WanaCypt0r, ou #WCry] #ransomware até agora. Rússia, Ucrânia e Taiwan no topo. Isso é enorme".

Os ataques foram cometidos na forma de ransomware, um pequeno programa informático que costuma se esconder em um arquivo de aparência inofensiva. Assim que o equipamento é infectado, o usuário não consegue acessar seus arquivos enquanto não pagar um resgate em bitcoin, uma moeda virtual.

De acordo com o Centro Criptológico Nacional (CCN) espanhol, divisão dos serviços de Inteligência encarregada da segurança de tecnologias de informação, esse tipo de ataque "afeta os sistemas Windows, cifrando todos os seus arquivos e os das unidades de rede, às quais estiverem conectados".

No Brasil, os portais de Internet do Tribunal de Justiça e do Ministério Público de São Paulo foram tirados do ar como medida preventiva ao ciberataque. Assessorias de comunicação das duas instâncias informaram que receberam à tarde a instrução de desligar os servidores preventivamente, sem previsão de reconexão.

No caso dos hospitais britânicos, o ataque forçou o desvio de ambulâncias, a suspensão de consultas de rotina e até a alteração de cirurgias, relatou uma testemunha.

O Ministério russo do Interior anunciou que seus computadores também foram alvo de um ciberataque. A porta-voz da pasta, Irina Volk, declarou às agências russas de notícias que "se registrou um ciberataque nos computadores do Ministério que usam sistema operacional Windows". O nome do malware é WCry, mas os analistas também estão registrando variações como WannaCry, WanaCrypt0r, WannaCrypt e Wana Decrypt0r.


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