A pesquisa precisa estar no orçamento

Os pesquisadores brasileiros, não é de hoje, enfrentam tempos difíceis para empreender seus estudos no país. Com isso, todos perdemos e a nação deixa de contar com pessoas qualificadas para participar da elaboração de projetos e de programas que possam fazer a diferença em várias áreas, como saúde, educação, saneamento, trânsito, mobilidade urbana, construção de moradias, preservação ambiental, geração de emprego e de renda e outros tantos setores. Não raro, eles acabam se evadindo para o exterior, onde são recrutados para outras iniciativas que não envolvem os interesses estratégicos do Brasil, como seria desejável.

Diante desse quadro, urge colocar a pesquisa no orçamento da União. E com o devido destaque. Tais medidas podem e devem ir desde as mais simples até as mais complexas. Um bom começo é o que se pode ver no anúncio do governo federal no sentido de que irá reajustar as bolsas de pós-graduação, que atendem cerca de 180 mil bolsistas. Igualmente é válida a informação de que será feito um adiantamento desse pagamento, programado para o mês corrente em vez da data de 8 de janeiro inicialmente prevista. Somente com uma gestão eficiente poderemos reverter um quadro que destoa do potencial econômico do país, que tem uma das maiores economias do planeta, mas está estagnado em pesquisa, ocupando apenas a 13ª colocação nesse item, de acordo com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

A par disso, é muito importante que tenhamos atividades nas escolas para incentivar o gosto pelas ciências, pela matemática e pelas novas tecnologias. Para tanto, também precisamos formar professores capacitados, o que pressupõe que se lhes apresente uma carreira atrativa, com boa remuneração e condições de trabalho. A educação técnica e a educação humanista não são excludentes entre si, já que ambas visam a melhorar o convívio na sociedade e a superar obstáculos individuais e coletivos.