A Alemanha que o Brasil desconhece
"Tecnologia, Turismo e Sustentabilidade: Lições da Alemanha para o Desenvolvimento Econômico no Brasil"
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O desenvolvimento sustentável praticado na Alemanha, principalmente no agronegócio e no turismo, é inspirador e exemplo para alavancar economias em desenvolvimento, como a brasileira. Em recente viagem pelo interior daquele país, acompanhando uma comitiva de prefeitos e autoridades do vale germânico do RS liderados pelo colega deputado Elton Weber, foi possível perceber o olhar diferenciado e a força das políticas públicas que fomentam o sucesso daquela nação europeia.
O desconhecido agronegócio alemão é um dos setores que surpreende na criação de empregos de forma racional ao usar largamente a tecnologia como auxiliar e, surpreendentemente, não compete com a atividade laboral regular do homem do campo. Nas fazendas de produção leiteira, por exemplo, robôs ajudam no manejo do rebanho, potencializando e racionalizando a gestão de tarefas. Também nas usinas de biogás das propriedades rurais, temos mais um exemplo de política pública de apoio à produção de energia limpa e barata. Nesses casos, o biogás obtido a partir dos dejetos dos animais é usado como combustível para movimentar geradores de energia canalizada para as concessionárias. O excedente de uso é pago aos agricultores para reinvestimento na própria propriedade rural.
A capacidade dos alemães em também desenvolver o turismo sustentável com a preservação da natureza é admirável e materializa o entendimento germânico de que esta mesma natureza é o principal produto de quem investe em turismo. Assim sendo, o trabalho de fiscalização e regramentos por parte das autoridades alemães ligadas ao meio ambiente é reduzido por conta da conscientização de investidores e empresários alemães que trazem por si só o mecanismo de preservação da natureza, o que, em termos culturais, está muito à frente do que temos aqui no Brasil.
A indústria turística sustentável desenvolvida no país europeu reúne iniciativas públicas e privadas, muitas vezes conjuntas, utilizando recursos e equipamentos que enriquecem as atrações e resultam no crescimento socioeconômico também nas pequenas comunidades. Um exemplo disso é a maior ponte suspensa daquele país, situada na pequena cidade de Mörsdorf, onde o turista sequer paga ingresso e o lucro esperado vem da movimentação dos hotéis, restaurantes, estacionamentos e outros serviços. A logística para o desenvolvimento do setor também passa fortemente pelo transporte público, incluindo rodovias sem pedágios, mas agora com velocidades rigidamente controladas.
As cidades turísticas de qualquer tamanho dispõem de trens e, em alguns casos, até navegação fluvial incrementando a exitosa experiência turística germânica. Com apoio a tudo isso, um sistema tributário extremamente avançado e racional em que os incentivos fiscais beneficiam quem investe na geração de empregos e riqueza. O exemplo alemão inevitavelmente coloca na bagagem de retorno ao Brasil novos projetos para alavancar o desenvolvimento sustentável de nosso estado na busca de evolução e crescimento de uma das mais belas regiões brasileiras, o nosso RS.