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Professor: valorizar a profissão e promover o desenvolvimento

Por Patrícia Alba, deputada estadual (MDB)

Qual o papel de um professor na formação de crianças e jovens? A resposta irá convergir para definições como “fundamental” ou “essencial” para o desenvolvimento da sociedade e do futuro do país e do Estado. Durante muito tempo, ser professor era sinônimo de prestígio, respeito e solidez. A escolha por essa carreira ainda era feita na infância, a partir da construção de aprendizados e memórias num espaço mágico para as crianças: a escola.

Ao longo dos anos, em vez de esse reconhecimento crescer, vemos um caminho inverso. Em um cenário de remunerações baixas, infraestrutura precária nas instituições, enfrentamento de violências e mesmo de desencanto, o interesse pelas licenciaturas enfrenta um ciclo de baixa. O Rio Grande do Sul, assim como o restante do Brasil, enfrenta uma queda no interesse por cursos de licenciatura, com uma redução de 50% nas matrículas entre 2010 e 2021. Como vamos melhorar a educação se não conseguirmos atrair jovens para a carreira docente?

O professor é, sem dúvida, a pedra angular de um sistema educacional de qualidade. De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 65,7% do aprendizado no Ensino Fundamental depende da qualidade do professor. No Ensino Médio, esse número cai para 47%, mas, ainda assim, é um indicativo claro de que o sucesso dos estudantes está, em grande parte, nas mãos daqueles que têm a missão de ensinar e inspirar.

No momento em que o Congresso e as entidades discutem o novo Plano Nacional de Educação (PNE) e recentemente aprovou-se o chamado Sistema Nacional de Educação (SNE), batizado de SUS da Educação, é essencial que as metas para a formação e a valorização da profissão sejam efetivamente executadas, não ficando como uma “carta de intenções”. O debate que temos promovido, como presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, aponta que o investimento em formação continuada, a renovação das licenciaturas, com formações sólidas tanto na área de conhecimento como em questões de caráter prático e didático, a realização de concursos e a valorização da carreira serão determinantes para reverter o desinteresse pelas licenciaturas.

Não há nação que tenha se desenvolvido negligenciando a educação e seus professores. Se queremos ter um país e um estado mais próspero, justo e menos desigual, a união e o trabalho conjunto da sociedade civil organizada e do poder público se fazem cada vez mais urgentes para que as professoras e os professores possam cumprir com seu dever mais fundamental: o de ensinar.