Assoreamento nos canais e poder da criação
Leitores do Correio do Povo opinam sobre o conteúdo publicado pelo jornal na edição impressa e plataformas digitais
publicidade
Assoreamento nos canais
Entre todas as reportagens sobre causas e consequências das enchentes de maio, pouco ou nada se fala sobre o porquê do assoreamento nos canais de navegação das áreas atingidas e qual a origem e natureza dos materiais acumulados. Imagens aéreas de antes e depois das cheias, com ênfase na ocupação das margens (principalmente por agricultura), em desrespeito ao Código Florestal Brasileiro e ao do Rio Grande do Sul, devem demonstrar visualmente a área de deslocamento de terras. A legislação determina a faixa de proibição da remoção de vegetação nativa nas margens dos cursos d'água – que é variável de acordo com a largura do curso – e sua proteção tem como objetivo preservar a estabilidade das margens através da ação das raízes, considerando a vegetação de qualquer porte. Certamente não se espera que os governos municipal, estadual e federal evitem os desastres naturais, mas esperamos, sim, que fiscalizem com rigor a ocupação em áreas protegidas por leis federais, estaduais e municipais relativas a instalações e ocupações nas faixas delimitadas que usem os recursos hídricos, descartem resíduos e materiais tóxicos e removam a vegetação natural, desmontando as margens, poluindo os cursos d'água e causando assoreamento. Não se pode impedir desastres naturais, mas é obrigação legal o poder público estar preparado para minimizar ao máximo os seus efeitos dentro do âmbito da administração e, neste momento, recompor as áreas de vegetação destruídas.
Alba Pereira Maranzana, Porto Alegre, via e-mail
Poder da criação
Nos meus ensaios poéticos, descortino o espetáculo, que se insinua sem grande eloquência. E, aos poucos, vou firmando a pena contra o papel branco e as letras vão tomando forma, procurando um lugar ao sol para mostrar toda a sua magnitude. Nas páginas brancas da vida, registro o meu pensar. Dou trela à minha fala, discuto com meus botões para que entrem em sintonia com a razão, que desfila em traje de gala e reverencia toda a forma de arte, inscrita nas abóbodas criativas da imaginação. E nisso reside o poder da criação, que viaja nas curvas do coração e aporta nos enlevos poéticos, na crença de que tudo se resume ao poder da criação.
Nety Maria Heleres Carrion, Porto Alegre, via e-mail