Prever para não remediar
A criação de um escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado, que deverá agir como um centro de comando entre forças federais e estaduais, foi anunciada pelo Ministério da Justiça e o governo do Rio de Janeiro. A pretensão das autoridades é agilizar decisões e coordenar ações em tempo real entre Polícia Federal, Civil, Militar, Rodoviária Federal, Força Nacional e Polícia Penal. A medida foi anunciada após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou ao menos 119 mortos. O escritório reunirá representantes das instituições de segurança para acelerar o cumprimento do plano de retomada de territórios dominados por facções e milícias. A impressão que fica, no entanto, é que, no mínimo, essa criação deveria ter ocorrido durante a elaboração do plano da megaoperação para invadir os complexos e não depois. A prevenção existe para evitar mortes, não para remediar.
Afonso da Silva N. de Sousa, Porto Alegre, via e-mail
Campo de guerra
Um estado bonito por natureza, rico em petróleo, turismo e um povo alegre, transformou-se num campo de guerra onde poucos tomaram conta de muitos favelados, submetidos pelos traficantes, contrabandistas, milicianos e alguns políticos corruptos e que agora empunham fuzis e armas poderosas para proteger os chefões das quadrilhas ou que estão no interior de penitenciárias, de onde administram o crime. Por outro lado, temos na máquina pública o sistema que drena muito dinheiro para o crime, alimentado pelo excesso de recursos fáceis oriundos dos fundos partidários, emendas parlamentares e outros malfeitos — que deveriam servir para investimentos em obras, estradas, linhas férreas, logística e distritos industriais. Esses recursos iriam gerar empregos para milhões.
Ramiro Nunes de Almeida Filho, Porto Alegre, via e-mail