A expressão “Lar, doce lar” é típica do apego que todos temos às nossas residências, onde confraternizamos com a família, vivemos momentos únicos e repomos a energia despendida na luta do dia pela sobrevivência. Trata-se de um lugar de refúgio que tem em si toda uma simbologia que representa nossas alegrias e nossas convivências com aqueles que mais amamos, bem como é o espaço de muitas das nossas conquistas, muitas vezes configurando a maior delas, a casa própria, ou o projeto dela, um bem a ser conquistado.
Todavia, este lugar que, geralmente, é onde nos sentimos seguros, não está livre de perigos e de contratempos. Não raro, estamos sujeitos a acidentes domésticos que podem ser fatais ou deixar sequelas irreversíveis, além de, eventualmente, ainda que por um tempo curto, afetar nossa saúde e capacidade laborativa. É por isso que precisamos estar atentos e em condições de prevenir essas ocorrências trágicas. Tais fatos podem envolver quedas, principais causas de morte em casa, especialmente entre idosos; engasgos, que afetam principalmente crianças pequenas e idosos; choques elétricos, que são ocasionados por instalações malfeitas, fios expostos ou uso inadequado de aparelhos eletrônicos; afogamentos em banheiras, baldes e piscinas, com maior incidência entre crianças; exposição a fogo ou fumaça, com incêndios domésticos que causam queimaduras e intoxicações, incluindo líquidos ou alimentos aquecidos em fogões que podem gerar ferimentos na pele. A gravidade desses acontecimentos pode ser medida pelas estatísticas, que indicam que, em 2024, 25 pessoas morreram por dia em acidentes domésticos no país, totalizando cerca de 9.300 mortes, um montante significativo que deve servir de alerta.
Neste contexto, há que promover campanhas preventivas nas comunidades e nas escolas para conscientizar os clãs familiares da importância de agir para evitar o pior. Isso é uma tarefa do poder público e da sociedade civil e precisa ser tratada com a urgência e a cautela que a situação requer. Quando se trata de salvar vidas, ações efetivas se tornam inadiáveis.