A recorrente violência no futebol

A recorrente violência no futebol

Urge aprimorar ainda mais os controles e a prevenção acerca das garantias para que o público possa desfrutar do lazer proporcionado por eventos esportivos sem descurar da neutralização de indivíduos antissociais.

Correio do Povo

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Um problema crônico na sociedade tem sido a recorrência com que se repetem episódios de violência no futebol. Trata-se de uma realidade que está sempre a demandar a intervenção do poder público, das autoridades, das entidades desportivas e das instituições para fins de coibir essas ocorrências lamentáveis e criminosas que têm feito vítimas de norte a sul do país. Agora mesmo, estamos de novo a ver os estádios e seu entorno como palco de conflitos estimulados por vândalos e criminosos que precisam responder por seus atos perante os órgãos responsáveis.

Na última quarta-feira, a delegação do Fortaleza, do Ceará, após um jogo com o Sport, em Pernambuco, teve seu ônibus interceptado por torcedores do clube de Recife e atletas foram atingidos por pedras, resultando em ao menos seis feridos, alguns com maior gravidade. O veículo foi depredado e as imagens evidenciam que ação delituosa poderia ter gerado uma tragédia ainda maior. Um jogador do Fortaleza chegou a levar 13 pontos e sofreu trauma cranioencefálico.

Infelizmente, situações assim não são isoladas. O próprio Gre-Nal ocorrido neste domingo não ficou imune a tais ações deletérias. No Beira-Rio, torcedores teriam arremessados cadeiras contra a torcida rival, o que resultou em duas pessoas feridas que demandaram pronta assistência e condução para atendimento hospitalar. Também houve o caso de apedrejamento de ônibus com torcedores que se dirigiam ao estádio nas proximidades do viaduto Conceição.

Todos esses fatos apontam para a necessidade de aprimorar ainda mais os controles e a prevenção acerca das garantias para que o público possa desfrutar do lazer proporcionado por esses eventos sem descurar da neutralização de indivíduos antissociais que se valem do esporte para flertar com o crime. Muito já se fez, como delegacias especializadas e o Juizado do Torcedor, mas tudo indica que se tem que implementar novos procedimentos, mais eficazes, contra esses baderneiros que deturpam o sentido do esporte.


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