A convivência em sociedade implica ter preocupação com os outros, de forma que, em situações extremas, essa solidariedade se transforme em ações concretas. Mas não somente em momentos atípicos podemos invocar gestos solidários, mas em diversas circunstâncias do nosso cotidiano esses aportes são bem-vindos, evidenciando que somos moldados para interagir com nossos semelhantes de maneira positiva e elevada.
No dia a dia, essas ocorrências, de maior ou menor grau de teste de nossa urbanidade, são frequentes. Recentemente, em Porto Alegre, um ônibus com dezenas de estudantes, vindo de Vacaria para um passeio na Capital, pegou fogo no Centro Histórico, destruindo veículos e disseminando chamas em prédios próximos. Foi nesse momento que diversos populares, de forma desinteressada e corajosa, ajudaram os alunos a sair sem ferimentos do interior do coletivo, gesto que também contou com a expertise de alguns alunos que souberam como reagir naquele contexto de adversidade. Isso mostra o quanto as pessoas podem ser altruístas, muitas vezes arriscando a própria integridade física e psicológica para intervir por outrem. Tais sentimentos de empatia são também expressos quando alguém realiza trabalho voluntário, ajuda um idoso a atravessar a rua, repassa um anúncio de emprego para ajudar quem esteja procurando uma colocação no mercado de trabalho, participa de uma campanha de arrecadação de alimentos e de itens para os mais carentes, usa os canais de denúncia para reportar abusos contra crianças ou casos de violência doméstica.
O povo brasileiro é reconhecido por sua generosidade. É por isso que temos todas as possibilidades de construir uma grande nação, seja por ter um grande potencial econômico, seja por ter uma coletividade de alto grau de humanidade. Todos os dias, são milhares de exemplos a comprovar essa realidade. Os brasileiros demonstram um grau de coesão social que os torna admiráveis no contexto de um mundo conflitado e de muitas disparidades nas relações interpessoais.