Agravante na tragédia

Agravante na tragédia

Correio do Povo

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Em meio a todas as adversidades que as pessoas estão enfrentando na maior inundação da história do Rio Grande do Sul, vem chamando a atenção um fato que só agrava a situação das vítimas. Trata-se do medo de deixar suas casas, por temor de que sejam saqueadas. Com isso, elas acabam ficando em seus lares e, quando se dão conta, já se encontram ilhadas e não mais conseguem se evadir, precisando de serem resgatadas. Ou, outro tipo de ocorrência comum, já não conseguem mais se colocar em lugar seguro e são levadas pela força das águas. São frequentes os relatos de cenas desse tipo, expondo um contexto de vidas que poderiam ser salvas com a devida prevenção. Até mesmo os voluntários se queixam dos riscos de serem abordados durante seu meritório trabalho.

Ciente desses fatos, as autoridades estão prometendo reforço policial para patrulhar áreas das cidades, alagadas ou não. O objetivo é garantir a sensação de segurança para essa população que já se encontra num contexto de extrema vulnerabilidade. É preciso que ela sinta que é concreta a possibilidade de, ao retornar para sua casa, encontrar seus pertences da melhor forma possível, não obstante, muitas vezes, isso não se mostrar viável. É por isso que o incremento que será dado com a incorporação de dezenas de integrantes da Força Nacional de Segurança nos próximos dias é extremamente significativo para dar mais tranquilidade àqueles que estão afastados de suas residências por força maior. Isso também vai garantir um melhor ambiente também para o voluntariado, que exerce, não raro, seu mister à noite, turno em que a hipotermia e as fragilidades dos que estão expostos à intempérie costumam se mostrar ainda mais contundentes.

Esse trabalho em prol da segurança exercido pela Polícia Civil, pela Brigada Militar, pelo Corpo de Bombeiros, em parceria com a Defesa Civil e com outras instituições, como Exército, Marinha e Aeronáutica, é fundamental para assegurar condições para todos os envolvidos nas forças-tarefas em prol do atendimento dos atingidos pelas cheias. Essa vigilância pode ser decisiva para que eles atendam aos comandos para saírem das áreas de risco iminente.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895