Editorial

Condutas contrárias aos interesses de toda a coletividade

Os números apontados ratificam esse panorama contrário aos interesses da coletividade.

Um dos entraves para que o país consiga se capitalizar e realizar os investimentos necessários em prol da população está na sonegação, no comércio irregular e na pirataria de produtos. Isso representa fuga de recursos que poderiam ser usados de forma adequada para aprimorar os serviços prestados. Todavia, tais condutas ilícitas acabam por favorecer grupos que atuam na ilegalidade, cometendo crimes e amealhando valores que vão alimentar ainda mais suas ações delituosas.

Os números apontados ratificam esse panorama contrário aos interesses da coletividade. Segundo o Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP), esse varejo fora da lei gerou prejuízos superiores a R$ 468 bilhões em 2024. Os segmentos mais afetados incluem o audiovisual, produtos eletrônicos, vestuário e tabaco, com perdas que superaram os R$ 468 bilhões em 2024. Como já ressaltado, a evasão tributária prejudica os aportes de viabilização das atribuições dos entes federados, a exemplo da gestão em educação, saúde, infraestrutura, segurança e mobilidade urbana. Outrossim, causa perda de vagas de trabalho, pois a concorrência desleal mina a competitividade das empresas que empregam de acordo com a legislação vigente. Além disso, os produtos vendidos nessa informalidade não têm a devida fiscalização, representando riscos à saúde e à segurança dos compradores, uma vez que os produtos falsificados, como medicamentos, cosméticos e eletrônicos, podem representar sérios danos aos usuários. O governo tem intensificado ações contra a pirataria digital, bloqueando milhares de sites ilegais, mas isso ainda não tem sido suficiente para inibir a conduta dos criminosos.

Nesse cenário, não basta apenas a atuação das autoridades. É preciso que os consumidores se conscientizem dos malefícios por detrás de aquisições que têm benefícios apenas aparentes, as quais culminam em perdas para todos, no curto, médio e longo prazos. A capitalização das organizações criminosas é um tiro no pé que não pode ser dado pelas próprias vítimas, favorecendo seus algozes.