Do etarismo, um preconceito

É antigo e secular o preconceito com base na faixa etária. Esta visão depreciativa sobre os mais velhos foi disseminada após a Revolução Industrial, que ocorreu em etapas nos séculos XVIII a XX, quando foi construído o equívoco de que os idosos eram inúteis para o sistema econômico e social, e a interpretação de que representavam um fardo para a sociedade. Devido às suas vulnerabilidades os idosos precisavam receber recursos, programas e serviços especiais e adequados por parte do Estado.

O estigma associado à idade continua, neste século, a resultar em profissionais experientes sendo subestimados ou até excluídos de oportunidades de crescimento e liderança no mercado de trabalho. O tema é novo e pouco conhecido no Brasil, embora os recentes levantamentos estatísticos do IBGE apontem para transformações significativas na pirâmide etária e, como consequência, dentro das organizações. Há um aumento da idade média da força de trabalho, uma diminuição do número de trabalhadores mais jovens e um aumento do número de idosos. As empresas começaram a ter um olhar diferenciado para os funcionários que decidam permanecer no trabalho após a aposentadoria e o comércio está se voltando para as faixas dos 50+, 60+ até os 90+ anos de idade.

Os idosos estão protegidos pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto do Idoso, além de delegacias especializadas no atendimento no país. A população do Brasil está mais velha, segundo o IBGE, e foi estimada em 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões de idosos, crescendo 39,8% no período. O Rio Grande do Sul, com 2,22 milhões, é o segundo estado com o maior número de idosos no país. O melhor combate ao etarismo é o que se faz com qualquer tipo de preconceito, com informação.