Evasão escolar entre os jovens

Um levantamento realizado por duas instituições ligadas à área da educação, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, indica que quase 10 milhões de jovens, entre 15 e 29 anos, não completaram o Ensino Básico e estão fora da escola. Esse montante equivale a 19,9% da população pertencente a essa faixa etária. Segundo o estudo, a maioria desses jovens, 78%, provém de famílias que possuem renda per capita de até um salário mínimo, que atualmente está em R$ 1.412,00, e sete em cada dez, 70%, são negros. A maioria, 43%, não terminou o Ensino Fundamental, 22% completaram o Ensino Fundamental, mas não ingressaram no Médio, e 35% têm o Ensino Médio não finalizado.

Esse quadro é extremamente preocupante e demanda políticas eficientes para que esse contingente possa receber uma formação complementar que o habilite a um convívio em sociedade com melhores condições para sobreviver e, também, exercer sua cidadania. É fundamental que eles possam ter ainda a oportunidade de assimilar conteúdos aptos a ajudá-los em suas decisões no cotidiano, como é o caso da educação financeira, que habilita o indivíduo a otimizar seus recursos financeiros, evitando situações de endividamento que podem levar a perdas econômicas irreparáveis. Também a formação técnica deve ser aventada como ferramenta de qualificação necessária para a obtenção de um melhor posicionamento no mercado de trabalho.

A educação no Brasil tem uma gestão compartilhada entre os entes federados. Os recursos disponíveis para o setor não são nada desprezíveis, inclusive com destinação vinculada à arrecadação tributária. Cabe à União, aos estados e aos municípios encontrar meios manter o aluno assíduo. O anunciado programa Pé-de-Meia, gerido pelo governo federal, cria uma poupança para os alunos do Ensino Médio. Outras medidas de vulto se fazem necessárias nessa luta contra a evasão escolar.