Ganho aparente para perdas profundas

Ganho aparente para perdas profundas

A pirataria e o contrabando causam um prejuízo de R$ 453 bi por ano à economia do país, valor que equivale a cerca de 4% do PIB. Essa cifra bilionária foi atingida considerando-se tão somente 16 setores do mercado interno.

Correio do Povo

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Nesta terça-feira, dia 3 de dezembro, registra-se a passagem do Dia Nacional de Combate à Pirataria e à Biopirataria, uma data instituída pelo poder público e pela iniciativa privada e devidamente aprovada pelo Congresso Nacional. Trata-se de um dia para que se possa estimar as perdas decorrentes desse comércio ilegal que causa profundos danos aos cofres públicos e, portanto, retira recursos que poderiam ser utilizados em áreas essenciais, como saúde, educação, saneamento, transporte, mobilidade urbana, logística, infraestrutura, meio ambiente, entre outras, e na geração de emprego e renda. Outrossim, não menos importantes são as perdas que tem o varejo devidamente estabelecido, que paga tributos e que investe para aprimorar seus serviços, como no caso de ampliação de seus negócios.

De acordo com uma estimativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com a Firjan e a Fiesp, a pirataria e o contrabando ocasionam um prejuízo de R$ 453 bi por ano à economia do país, valor que equivale a cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa cifra bilionária foi atingida considerando-se tão somente 16 setores do mercado interno, o que abre a possibilidade, segundo os pesquisadores, de que esse montante pode ser ainda muito maior.

É preciso que se diga que o ganho de quem consome esse tipo de item é apenas aparente. Afinal, além do que já se frisou no tocante à diminuição de verbas que poderiam ser aplicadas de acordo com o interesse público, fomentando iniciativas em prol da coletividade, também se deve lembrar que a falta de fiscalização faz com que produtos nocivos à saúde sejam adquiridos, como no caso de brinquedos que possam comprometer o bem-estar das crianças, bem como o emprego de substâncias perigosas na sua composição. Sem falar que essa rede de consumo financia organizações criminosas que se capitalizam para cometer novos crimes. O ditado que diz que o barato pode sair muito caro continua ostentando impressionante atualidade.


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