Hora de retomada e de reconstrução

Hora de retomada e de reconstrução

A par das iniciativas de curto prazo, urgem medidas de fundo para mitigar a dor e a carência das famílias, criando anteparos baseados na cultura da prevenção efetivada pelos governantes, com planejamento e aporte de verbas.

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A fúria do ciclone, como bem destacou a capa do Correio do Povo na edição de sábado, mostrando parte dos efeitos dessa catástrofe, deixou um rastro de devastação que envolve destruição de residências, perda de bens materiais, bloqueio de estradas, milhares de desabrigados e, infelizmente, vários mortos e desaparecidos, deixando muitas famílias enlutadas. A situação revelou um cenário de uma das maiores tragédias climáticas já ocorridas no Rio Grande do Sul, com reflexos também em Santa Catarina, onde ocorreram desastres semelhantes, bem como naufrágio com desaparecidos.
Toda essas adversidades, num primeiro momento, não obstante as perdas de vida, foram amenizadas pela solidariedade da população, que, rapidamente, se mobilizou para fazer chegar aos atingidos roupas, alimentos e até mesmo mobília para recompor o que foi perdido. Igualmente, foram logo disponibilizados lugares improvisados para albergar os necessitados. Também se pode dizer que o poder público foi ágil para encaminhar o que lhe cabia fazer num momento de tamanho infortúnio, destacando-se a intervenção dos prefeitos, do governador e do governo federal, que enviou dois ministros para acompanhar de perto os estragos.
Agora, a par dessas iniciativas de curto prazo, urge dar andamento a medidas de fundo que sirvam não apenas para amenizar a dor e a carência das famílias, mas também sejam úteis como anteparo para que tais fatos possam ser prevenidos dentro do possível para o futuro. Sem dúvida, o aporte de verbas para recompor as moradias e seus acessórios, bem como a construção de novas casas em áreas fora de risco, além da criação de uma cultura da prevenção sobre fenômenos climáticos de alta periculosidade, é fundamental. Resta esperar que os governantes estejam unidos para o enfrentamento atual e futuro desses acontecimentos, agindo com a responsabilidade devida para que tais eventos possam ser minimamente neutralizados em suas sinistras consequências.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895