Como se sabe, a educação é estratégica para o desenvolvimento do país. Para tanto, é importante que os investimentos sejam feitos a fim de que se possa fortalecer a rede de ensino em toda a sua extensão, otimizando recursos para aparelhar as escolas, bem como remunerar os professores e lançar mão das novas tecnologias num mundo em que tudo muda muito rapidamente em todos os segmentos, incluindo ciência, cultura, comércio, indústria, entre outras áreas.
Alguns indicadores mostram que nosso sistema educacional precisa melhorar. O que se tem investido não é pouco, tanto que os aportes estão na ordem de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB), com muitos tributos vinculados como forma de manter o volume mínimo de verbas. Todavia, os resultados não têm sido consistentes e estão longe dos desejados, como bem se pode ver no Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, em que a maioria das metas não foi alcançada e ficaram bem aquém do esperado. A verdade é que o cotidiano das escolas segue com percalços e o aprendizado não tem ocorrido como deveria ser. Um exemplo das adversidades está expresso na Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) 2024, divulgada nesta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Referindo-se expressamente ao país, o documento mostra que os docentes despendem, em média, 21% do tempo de aula para organizar a disciplina em sala. Isso significa que, a cada cinco horas de aula, uma hora é perdida apenas para conseguir a atenção dos alunos. Evidentemente que um ambiente agitado não contribui para a concentração necessária para a absorção de conteúdos.
Esse panorama exige a atenção de todos os envolvidos no processo escolar, incluindo alunos, professores, direção, pais e comunidade em geral, além das autoridades afeitas ao tema. Distensionar as salas de aula é uma tarefa conjunta da coletividade e isso é decisivo para melhorar as relações educacionais, com a consequente elevação da qualidade de ensino.