Há alguns dias, destacamos, neste espaço, a importância do poder geral de prevenção, tanto por parte do poder público como dos particulares que ofertam serviços no mercado. Isso vale para vários segmentos, inclusive no comércio, uma vez que o consumidor é a parte frágil na relação de consumo. É por isso que ele precisa do suporte dos órgãos de fiscalização, pois não possui o conhecimento técnico suficiente, nem o tempo necessário, na maioria das vezes, para avaliar o item que está adquirindo, notadamente quando é um bem consumível, como alimentos e bebidas. É para realizar esse tipo de atividade preventiva que os contribuintes pagam tributos aos entes federados.
Nesse sentido, ressalta-se mais uma vez a imprescindibilidade da atuação da vigilância sanitária e dos órgãos de saúde no enfrentamento das ocorrências envolvendo a falsificação de destilados que já levaram a mais de uma dezena de mortes e a um número expressivo de pessoas com sequelas, como cegueira, e sintomas de danos para o sistema nervoso central, o nervo óptico e os rins. A par dessa atuação específica para tratar os pacientes e prevenir as ocorrências, há que se realizar as operações repressivas contra os criminosos, bem como realizar as investigações necessárias para se chegar aos responsáveis pelas adulterações. Esse varejo ilícito, tudo indica, está no âmbito de uma série de condutas que visam capitalizar organizações criminosas a fim de que possam ter recursos para praticar outros delitos. Na base de tudo, a busca de lucro fácil.
As medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde, como a compra de antídotos para imediata disponibilização, são urgentes e necessárias. Cabe à população também evitar consumir marcas de origem duvidosa, priorizando aquelas que são ofertadas de maneira regular e legal. É de bom tom verificar se a embalagem está lacrada, possui selo fiscal e se o estabelecimento é realmente confiável. O ditado popular diz que o seguro morreu de velho. É o caso.