Editorial

O desafio de transformar a quantidade em qualidade na educação

Há que se apostar na educação básica e investir na graduação e em pesquisas.

Nesta quarta-feira, registrou-se a passagem do Dia do Professor, uma das datas mais emblemáticas do nosso calendário. Ela coloca em realce uma das partes mais importantes para o processo de aprendizado, que é imprescindível para que cada cidadão ou cidadã possa planejar sua vida e contribuir para o desenvolvimento nacional. É por meio da educação que podemos obter os profissionais que irão atuar para propiciar ao país o conhecimento e a expertise para que possamos nos tornar competitivos em uma economia globalizada.

Para tanto, há que se apostar na educação básica, que envolve a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, bem como investir de forma consistente na graduação e nas pesquisas. O Brasil tem muita matéria-prima que pode ser empregada na indústria para agregar valor aos nossos produtos, valorizando nosso varejo e nosso setor primário. Infelizmente, muitos levantamentos têm indicado que temos colocações abaixo do nosso potencial nas aferições, a exemplo do ranking da Organização das Nações Unidas (ONU). E não se pode dizer que não temos uma boa gama de recursos para otimizar, uma vez que muitos dos aportes vêm de um montante que gira em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, o fato é que muitas políticas públicas específicas não vêm dando o resultado esperado, a exemplo do Plano Nacional de Educação (PNE), que não atingiu a maioria das suas metas, como a inclusão de crianças em creches, que só foi cumprida parcialmente e é de uma importância indiscutível.

No momento em que se fala num novo PNE, que está em discussão no Congresso Nacional, é relevante ter enfoque na infraestrutura e no funcionamento das salas de aulas, que devem ser bem equipadas, com climatização adequada e ferramentas digitais, além de uma conexão eficiente com a rede mundial de computadores. Isso inclui uma remuneração digna para o corpo docente e um ambiente saudável para quem ensina e para quem aprende, objetivo que deve contar com a participação da comunidade escolar. Temos uma educação inclusiva voltada para a quantidade e precisamos que, a par disso, possamos incluir a qualidade como uma conquista a ser alcançada.