Para cheias, não há soluções fáceis

Para cheias, não há soluções fáceis

Esse quadro adverso tende a se repetir periodicamente e as medidas para reverter suas causas são complexas. Especialistas recomendam políticas públicas nacionais e internacionais para barrar o aquecimento global.

Correio do Povo

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Com as perspectivas de que os dias de intensa precipitação pluvial no Estado continuem e que os danos se acumulem, esta quarta-feira foi mais um dia de contar os prejuízos e de buscar formas de prevenção para evitar que o pior continue a acontecer. Já são muitos registros de mortos e de desaparecidos, um grande contingente de desabrigados e reflexos em uma ampla gama de municípios gaúchos atingidos. Houve desmoronamentos de terras nas rodovias, quedas de pontes e trechos que cederam, interrompendo a vida, como se deu na BR 290, próximo a Eldorado do Sul. São inúmeros pontos de bloqueios parciais ou totais na malha rodoviário do RS.

Além dos cuidados recomendados a cada família, para que as pessoas não se exponham, como no caso de tentar passar por áreas alagadas, o poder público está envolvido em atender minimamente os que ficaram sem abrigo por conta da tragédia. Estão sendo providenciados locais para acolhimento e a Defesa Civil recomenda que os gaúchos que quiserem contribuir o façam, neste momento, por meio de roupas e de cobertores, que são os itens mais escassos até agora. Posteriormente, virão as orientações para arrecadação de alimentos e de materiais de limpeza, que também serão necessários. O importante é que todos se coloquem a salvo e procurem locais seguros.

Esse quadro adverso, desafortunadamente, tende a se repetir periodicamente e as medidas para reverter suas causas primam pela complexidade. Em suma, não há solução fácil. Especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas de monta, inclusive, com articulação internacional, para buscar barrar o aquecimento global. Em nível mais doméstico, é preciso que se protejam as matas ciliares, se façam a manutenção de equipamentos úteis, como casas de bomba, e se evite jogar lixo nas ruas, o que bloqueia o fluxo das águas nas bocas de lobo. A par disso, urge celeridade na reconstrução de vias e identificação de lugares de risco. São muitas tarefas a serem cumpridas no curto, médio e longo prazos e não há tempo a perder.


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